Em nossas rogativas elevadas à Misericórdia Divina quase sempre nos limitamos a suplicar pela cessação de nossas enfermidades físicas; aquelas que são aparentes. As dores do corpo, assim, são o instrumento primário que nos permite a reflexão, a oração, e a súplica à Providência.
As enfermidades físicas, porém, são reflexos das doenças morais que encharcam a alma e estão invisíveis aos olhos da matéria, mas que se manifestam, impiedosamente, e no momento oportuno, no corpo material.
De fato, as condutas equivocadas que praticamos no nosso dia a dia são como agentes silenciosos que vão manchando nosso períspirito e, após reiterados e incessantes atos viciosos, não suportando mais, o períspirito, o desequilíbrio envidado contra ele, expulsa para o corpo físico a chaga que então se verte em doenças e feridas.
Assim, ontem, o ciúme, a inveja, o ódio, o rancor, a tristeza, a depressão; hoje, a gastrite, o infarto, o derrame, o câncer, o diabetes…; de forma que é possível afirmar que a nossa saúde física depende, notadamente, da forma como pensamos e agimos.
Foi por isso que o iluminado Cura D’Ars, ao transmitir sua mensagem de auxílio à humanidade, ditou: ‘Em vossas aflições, portanto, olhai sempre o céu, e dizei, do fundo do vosso coração: Meu Pai, curai-me, mas fazei que minha alma doente seja curada antes das enfermidades do meu corpo; que minha carne seja castigada, se preciso for, para que minha alma se eleve até vós com a brancura que tinha quando a criastes.’¹
Conscientes de que a origem das enfermidades não estão no corpo físico, somos impelidos a concluir que é preciso mudar nossa rota de pensamentos e ações para o bem, para a elevação moral, para a sublimação do espírito.
Do contrário, não aleguemos ignorância ao colhermos os frutos amargos da dor…
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¹ KARDEC, Allan; O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. VIII, Bem Aventurados Aqueles que têm Puro o Coração, item 20.