A BASE DA EDIFICAÇÃO

Em toda edificação que nos compete levantar é justo que pensemos primariamente na base e, depois, nos adornos e nas benfeitorias, que vêm para enriquecer e embelezar a construção que é planejada.

Enquanto base, sabemos que ela precisa ser robusta a ponto de sustentar o edifício, de modo que, qualquer falha em seu cálculo, pode levar à ruína e à queda o trabalho de anos a fio.

Por outro lado, enquanto adornos acessórios e benfeitorias, uma vez solidificada a construção, podemos, sem os excessos desnecessários, embelezar o prédio edificado para que se nos torne confortável, acolhedor, aconchegante.

Mas, a título de reflexão espiritual, o que não podemos e não devemos, é priorizar o acessório, tantas vezes dispensável, em detrimento e esquecimento da base da edificação.

Pensemos, neste instante, particularmente quanto à obra indispensável da Codificação que nos foi legada pelo inolvidável lionês Allan Kardec.

Compreendemos, assim, que a Doutrina Espírita, enquanto reformadora do pensamento humano, é proposta consoladora e de instrução aos nossos espíritos. Através dela, prenunciada por Jesus em sua caminhada terrena como o Paracleto averbado por João, o Evangelista, temos tido as bênçãos de raciocinar sobre a imortalidade da alma, a comunicabilidade dos Espíritos, a pluralidade dos mundos, o exercício da mediunidade com seus efeitos e implicações, o reino de Deus em nossos corações, a lei de reencarnação, a lei de progresso, a lei de Amor ensinada e vivida pelo Divino Cordeiro, etc., etc., …

E, lastreado nessa base indissolúvel e incorruptível, foi que Francisco Cândido Xavier multiplicou e esmiuçou o ensinamento dos Espíritos, enquanto médium exemplar, em disciplina, dedicação, consciência e amor, sempre voltando à essência – que é Jesus e o seu sacrossanto Evangelho – para tornar vívido que ninguém avança aos cumes da sublimação sem manter firmes os pés no terreno basilar.

Dessa forma, enquanto aprendizes e simples estudantes do Evangelho de Jesus, embora sejamos tentados ao avanço prematuro na busca do conhecimento, faz-se mister valorizemos a base doutrinária e, nela, fundir e fundar os nossos pensamentos, a fim de melhor sorvermos as imorredouras lições.

Caso contrário, é provável que, voando alto demais com as asas ainda frágeis, o vento que sopre nas alturas arremesse-nos de volta, para o recomeço, ao chão.

Deixe um comentário