Quando nos dedicamos a refletir sobre as palavras registradas pelos evangelistas, mas atribuídas a Jesus, bem assim, as Suas ações, Suas expressões, Suas pegadas ao longo dos caminhos…, outra não pode ser a nossa conclusão senão a de que a Sua mensagem foi a do Amor.
Mas, não foi tão fácil, para nós, chegarmos a esta afirmação…
Basta voltarmos os olhos para os dois milênios que se passaram para avaliarmos que, embora hoje busquemos melhor meditar sobre os ensinos do Mestre, nem sempre assim o fizemos e, nem sempre o compreendemos…
Ora, ainda “ontem” temíamos o inferno com as suas penas eternas, assim como acreditávamos que nosso Pai – a definição do Amor – era um Deus perseguidor, vingativo, punitivo…
Ainda há pouco tempo – cerca de mil anos – equivocando-nos sobre a essência da lição cristã, matávamos, perseguíamos, trucidávamos com nossas impiedosas espadas nas cruzadas religiosas.
E, ainda não faz muito tempo, feríamos a nós mesmos nos cilícios tortuosos, como que acreditando que a dor provocada no corpo físico fosse capaz de libertar-nos a consciência culpada, quando a própria consciência se fazia presa e ferida pelos dogmas de uma fé, fanática e cega.
Hoje, no entanto, adentramos a era do Espírito e, talvez por essa lei bendita que nos é revelada incessantemente pela bondade do Criador, temos buscado dar espírito à letra.
Como pudemos – pensamos agora – permitir tantas distorções à mensagem singela de Jesus? Não teremos sido, por esses séculos ditados, crianças espirituais que não absorveram o exemplo digno? Onde, em razão dessa infantilidade espiritual, a verdadeira fraternidade, a verdadeira graça dos mandamentos “amai ao próximo como a ti mesmo” e, sobretudo, “amai a Deus”?
Adulteramos por longo período o que há de mais puro em favor do “homem” na Terra. Enlameamos a água cristalina com a sujeira de nosso orgulho… nosso egoísmo…
Porém uma voz eterna ecoa, como se fora nova oportunidade aos nossos Espíritos, conclamando: “_ Irmãos meus, não vos entregueis às vãs utopias do mundo transitório. Um só é a Mensagem: aquela que vos foi dada por amor do Amor de quem vos criou”.
Ouçamo-la; meditemos nela; e despertemo-nos para essa nova e infinita aurora dos tempos chegados…
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