A VIDA E O TEMPO

Somos imediatistas; é ponto constatado em muitos de nós. Desejamos tudo, a nosso modo, e na brevidade do tempo que costumamos delimitar. Assim não sendo, melindramos com a justiça de Deus e colocamo-nos entristecidos, senão enfurecidos, pelos desejos e anseios não atendidos nos nossos postulados.

Mas a vida e o tempo têm uma ‘rota’ que foge à nossa mísera concepção terrena. Para compreendê-los é preciso elevar o ‘olhar’ ao infinito e ao sublime da vida espiritual. Vejamos como se dá essa proposição.

Nos círculos limitados da Terra, e sob a ótica materialista, concebendo que a vida se inicia com o nascimento e termina no túmulo, tudo desejamos alcançar num menor espaço de tempo, pois cremos, cegamente, que com a chegada da morte nem sempre anunciada, nada mais poderemos realizar ou fruir aos nossos interesses. Diz-se: é o fim…

N’outra concepção, mais altiva, ao menos, a vida passa a ser uma só e está ligada à criação do espírito; as existências é que são muitas. O espírito, então infinito, goza de múltiplas existências, ou experiências – como queiramos – tendo as oportunidades de sublimação, cabendo a ele, na relatividade do livre-arbítrio, bem utilizar do tempo que lhe é concedido para avançar mais rapidamente no aperfeiçoamento espiritual (aquisição de virtudes), ou manter-se inerte e, por força da lei de causa e efeito, no momento oportuno, expiar na categoria daqueles que foram tediosos, ou ociosos quanto aos seus deveres.

Diferença crucial e evidente temos nestas duas visões sobre a vida e o tempo. Na visão material o que importa é o gozo das paixões, seja do ouro, seja da sensualidade, seja da viciação multivariada; na visão espiritual, de sua vez, a consciência desperta para avançar na aquisição das virtudes, aproveitando o tempo como instrumento útil, na certeza de que, dele melhor se valendo, os frutos virão a mancheias.

Em arremate, sob o pensamento do Espírito André Luiz que melhor resume o tema: ‘…a vida e o tempo são concessões de Deus… e responderão [a nós] com a bênção da luz ou com a experiência da sombra, como quisermos.’¹

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Xavier, Chico – O Espírito da Verdade, Cap. 95: ‘Se você quiser’, pelo Espírito André Luiz.

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