“…só há vitória real após a luta vencida…” – Joanna De Ângelis ¹
Antes que a morte nos faça transpor o campo da matéria para o sutil do plano espiritual, não há – como assevera o nobre Espírito Joanna De Ângelis -, vitória real.
Isto porque, enquanto não finalizarmos a luta apresentada na existência terrena, estamos ainda fadados ao equívoco, à derrocada. Lembremo-nos que bastam alguns segundos de invigilância e inoperância para que o trabalho de toda uma programação venha à queda.
Não haveremos de desanimar, entretanto, com a assertiva ora refletida… Não! O convite reforça a perseverança na batalha até que ultrapassemos o umbral da desencarnação, para, então, fitarmos “frente a frente” a nossa própria consciência e avaliarmos se, enquanto viventes na crosta, fomos fiéis cumpridores de nossos deveres.
Quem, aliás, analisando, para o aprendizado, a caminhada de irmãs e irmãos vários, não constatou a infeliz entrega ao descaminho enquanto eles mesmos estavam a trilhar sob belo facho de luz?
Ensinam-nos os Espíritos que a vigilância, por isso, faz-se continuamente necessária. Não há como bradarmos o grito da vitória sem que a bandeira seja levantada na linha de chegada…
Ainda assim, mister compreendermos que o significado da vitória não se dá sobre os outros ou sobre a vida em si. Quando vencemos, vencemos a nós mesmos, isto é, nossas más tendências, nossas más inclinações, nossas vicissitudes…
Mas, dirão alguns, como saber, ainda que em nós, o que de fato é preciso ser vencido?
Lembremo-nos de Santo Agostinho, ao responder as Questões 919 e 919-A, de O Livro dos Espíritos, quando, invocando a sábia e carismática figura de Sócrates, alertou-nos: “Conheça-te a ti mesmo”.
Esse conhecer-se a si mesmo, longe de ser teoria abstrata, revela-se na autoanálise, no diagnóstico pessoal das próprias ações nas mais variadas circunstâncias da vida, onde o ser humano, olhando para si, sem autopiedade ou autocompaixão, ainda mesmo sem autopunição, consegue avaliar o quanto precisa melhorar na caminhada evolutiva, dentro das condições e do meio em que vivencia.
Eis, por orientação do Alto, o roteiro indispensável para que celebremos, um dia, a vitória que tanto almejamos: a vitória real.
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