A complacência para com a criatura humana desvela-se em infinitas oportunidades visando a transformação de seu caráter rumo ao bem; dispõe ela de exemplos magnânimos que instruem-na para o carreiro da mudança e, quando isso e tantas outras condições não são suficientes, eis que surge, o tempo.
Ah, o tempo! Nossas vidas são, de fato, seguidas por esse marcador implacável que nos enquadra no ritmo de nossas ações, ou de nossas omissões, de forma que num dado momento, somos chamados à razão para prestarmos conta do que fizemos com essa fatia temporal em nosso proveito.
Já dizia o saudoso poeta gaúcho Mário Quintana: ‘…Quando se vê, já é natal… Quando se vê, já terminou o ano…’. E como tem passado rápido esse ‘tal’ de tempo!
Contudo, todo fim de ciclo temporal é também oportunidade para reflexão e avaliação de nossas condutas; sopesarmos se estamos de fato em perfeito equilíbrio entre o tempo de que dispomos e as ações que temos praticado. Esse o momento de fazermos um balanço moral de nossas vidas.
Balanço moral? Sim! O homem, em seus dias atarefados para manter os compromissos materiais, mormente a sua posição social com os cargos, patentes, medalhas, alcunhas, etc., esquece-se de verificar se está de fato no caminho que o levará à felicidade. Tal como uma máquina, segue dia a dia, inconsciente da verdadeira meta.
Pensemos: ‘se caixão não tem gaveta’, qual a lógica de tanta cobiça por dinheiro? Reflitamos mais: estamos felizes com nossas vidas? Estamos conscientes de nosso papel nessa transitória existência? Fazemos o nosso melhor, por nós e pelos outros?
O amigo sincero, sem constrangimento qualquer, deverá avaliar em si mesmo, por ocasião temporal que não cessa. Afinal, a meta é que vivamos um ‘Ano Novo’, lapidando sempre, o ‘Velho Homem’ que reside em nós.
Feliz 2022!
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