ANTE O NASCIMENTO DO ‘DIVINO CORDEIRO’

Imaginando as concessões misericordiosas do Senhor para com as nossas frágeis condições, somos de opinião que, ainda, infelizmente, não compreendemos a grandeza da luz que nos cerca; a beleza da vida gloriosa; a tutela e a guarda angelicais para nossos corações enregelados na ausência do amor.

Assim pensamos pois a Verdade tem jorrado em nossos espíritos de forma incessante, por fontes insuspeitáveis e, n’outros casos, por revelações incontestes. Mas, de nossa vez, pausamos e petrificamos nossos sentimentos, por não meditarmos nos valores que o Alto tem nos concedido.

O Cristo, ao exortar-nos à caminhada celeste, convidou-nos à ascensão espiritual, sem, jamais, ocultar que espinhos surgiriam na trilha da elevação. Contudo, fora enfático ao mostrar-nos, exemplificar-nos, que somente o Amor, em suas vertentes da Caridade, seria a via da Salvação, já que nosso Pai, o Senhor dos Mundos, é, como definiu João, o Evangelista, Amor.

Portanto, ao refletirmos sobre essa luz que não cessa, originária de Deus e irradiada pelo Divino Cordeiro, colocamo-nos na condição de alunos primários que cintilam pequenas e pálidas fagulhas, aspirantes ao amor maior.

Nem por isso – bom que se registre – estamos anulados em nossa capacidade de servir e aprender. Ninguém se faz em coisa nenhuma e, como se sabe, o nada não existe. Todos fomos criados em condições idênticas, simples, ignorantes, sem ciência, mas com a aptidão para a pureza espiritual e com o gérmen da perfeição.

Mas, a considerar o nosso livre-arbítrio relativo, em nossas “mãos” está a capacidade de elevação mais ou menos ágil, com mais alegria ou intensa dor…, de forma que no presente estágio evolutivo humanitário, ninguém poderá invocar o desconhecimento como pauta para justificativas inglórias.

Frente ao Divino Cordeiro, assim, por especial ocasião de seu natalício simbolizado no calendário terreno, mister renovemos a fé imorredoura para que o real nascimento que Ele nos ensinou, seja o da libertação das trevas interiores, onde o candidato à sublimação renasça das cinzas para o fogo luminar, e acenda brilho onde as sombras teimam em perdurar.

Que o Natal, dessa forma, ante o Mestre dos mestres, concretize o nascimento do “novo homem” e a morte do “velho homem” que reside em nós.

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