“Eu, porém, no meio de vós, sou como aquele que serve.” – Jesus (Lucas 22:27)
No momento da ceia pascal, estando Jesus reunido em torno à mesa com seus doze discípulos, lembrou-lhes que aquele que desejar ser o maior no Reino de Deus, que fosse, então, na Terra, como o menor dentre todos, portando-se como aquele que serve; como servidor. E rematou, dizendo de sua própria condição: “Eu, porém, no meio de vós, sou como aquele que serve.”
A passagem, ilustrada de marcante ensinamento, leva-nos a sincera reflexão acerca das nossas pretensões enquanto vivemos e estagiamos em nossa casa-lar, chamada Terra.
Aqui, ante nossas ilusões materiais e perseguições de crescimento profissional, almejamos grandes postos e títulos que culminam a satisfação pessoal, o brio íntimo, o mando, a autoridade, a imposição, e, no mais das vezes – quando em desvario -, o despotismo e autoritarismo nebuloso.
Não bastasse essa triste vivência no mundo profano, é bem verdade que a praga do lustro próprio se estende para além dos muros das instituições religiosas, competentes organizações que têm o papel de difundir a doutrina do Cristo enquanto movimento religioso.
Não é raro de ver, nesse sentido, dirigentes de casas de oração assumirem papéis lastimáveis de sectarismo, de dispersão, no contato com os irmãos que buscam o consolo do templo sacro. Exercem eles – os transitórios mandatários da obrigação de servir o próximo – papéis de verdugos e, descumpridores da obrigação de acolher e administrar, “mandam e desmandam” como se estivessem na gestão do próprio gabinete profissional.
Ai deles! Serão, no momento do crivo da razão – quiçá no além-túmulo – convidados a sincera avaliação dos atos e julgados aos quais sentenciaram por sua própria pena.¹
Ai deles! Pois serão tidos por “traidores” do ensino cristão que os colocava na condição de servidores da Lei Maior no auxílio do próximo.
Uma só, e necessária, é a nossa condição: saber servir para tornarmo-nos “maiores”, concebendo que o Modelo de Homem já nos ensinou: “…no meio de vós, sou como aquele que serve.”
Sejamos, pois, servidores do Cristo e comandantes no Reino da Luz.
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¹ Pena: caneta, pincel…