AUTOILUMINAÇÃO

Quando concebemos que nossa caminhada terrena pressupõe necessariamente uma “reforma moral íntima”, passamos a anotar “o que fazer”, ou “o que mudar”, para atingirmos esse propósito prescrito pela Doutrina do Amor, fruto do ensino progressista para o Espírito.

No entanto, não são poucos os embaraços, ou os obstáculos, que nos impedem de realmente atingirmos com êxito essa proposição reformista. Sabemos que precisamos melhorar enquanto Espíritos evolucionistas, mas não conseguimos praticar a essência do ensinamento. Anotamos a teoria das lições, mas quando o assunto passa para a prática, há como que uma montanha intransponível no nosso caminho.

E se mudar hábitos e atos já não é fácil, o que dizer de mudar o “modo de pensar”? Pois aqui está, dentro das lições que tivemos oportunidade de registrar, a chave de toda a questão. Os atos e hábitos concretos do dia a dia são a exteriorização do pensamento e, assim entendido, quando nossos atos não estão em sintonia com a Lei Maior, precisamos medicar e consertar não o efeito em si mesmo, mas a origem, a causa, ou, como queiramos, a raiz do problema, que é, justamente, “o modo de pensar”.

Sim! A considerar que o pensamento é a fonte límpida ou lúgubre, em seus extremos de oscilação, a meta passa a ser a de equilibrar essa usina geradora. E nesse “caminho do meio” há quem procure a “disciplina do pensamento”, ou a “educação do pensamento”, como forma ideal para a iluminação interior.

Buda – seu nome era Sidarta Gautama – atingiu a sua iluminação interior (aos 35 anos de idade) quando conseguiu dominar as tentações, os demônios, que eram fruto do seu “eu interior”, ou melhor dizendo, “do falso eu interior”, representados então por “Mara”, o deus indiano da morte.

Também nós, se quisermos, em plenitude, atingirmos uma transformação pessoal naquilo que não estamos condizentes com o íntimo da consciência, precisamos dominar os nossos demônios, que são aqueles pensamentos sugeridos ou nutridos e que nos atrapalham a caminhada tranquila e serena que almejamos.

Como fazê-lo? Indagarão, por certo… E ousaremos responder com Sócrates, o filósofo imortal: Conheçamo-nos a nós mesmos, valendo-nos da “arte da meditação” como instrumento prático de interiorização e conquista do equilíbrio da mente.

Concebamos, meus irmãos, que a paz é própria do espírito; nós é quem alteramos esse estado inato com as nossas condutas e pensamentos atribulados…

E, conscientes de que ninguém atinge o apogeu do ensino, sem vivenciar as bases primárias que o compõem, estamos todos convidados, assim, a dar o primeiro passo que nos compete.

——-

Deixe um comentário