“…a vida do verdadeiro cristão é uma luta incessante contra suas próprias imperfeições.” (Eliseu Rigonatti)
É fato notoriamente constatado por aqueles que se dedicam ao autoestudo, ao autoaperfeiçamento, ao autoconhecimento, que a vida, na almejada transformação de nosso ser para a aquisição das virtudes, é uma espinhosa batalha íntima, onde o Homem, por vezes, desfalece sem atingir a vitória.
Nesse estágio, reconhece ele – o Homem – a necessidade da modificação interior; percebe que a angústia comprime o peito; nota que ‘algo’ está errado e que um vazio horrendo toma conta dos seus sentimentos. Vislumbra, assim, que precisa romper determinadas amarras e libertar-se para seguir ‘no outro lado do caminho’, como nos sugeriu Santo Agostinho, in ‘Confissões’, obra autobiográfica.
Mas, tal qual a andarilho que está a andar sem rumo certo, fica a questionar-se: ‘Como? Como me desvencilhar de tantos vícios morais e de problemas que eu mesmo criei e construí por força de minhas próprias ações; ou como me desprender de situações às quais me vejo ‘atolado até o pescoço’’?
Ora, o desejo sincero de uma transformação é o primeiro passo necessário para que saiamos do ‘atoleiro’ que nos encontramos. Seguidamente, a fé viva e elevada num Pai que tudo pode e tudo vê, a fim de que tenhamos vontade de agir. Sem essas alavancas, podemos até refletir sobre um novo caminho, mas não sairemos do lugar ao qual nos vemos ‘chumbados’.
Desejo sincero e vontade são condições que partem do próprio ser que se vê determinado a um novo caminhar, mas não nos iludamos, pois não basta querer e agir; é preciso persistir. Dia a dia, após o primeiro passo, teremos batalhas externas que estarão a nos prejudicar a caminhada; virão com a incompreensão do próximo, com a crítica social, com os ‘contrários e os amigos do alheio’; todos estes fatores a perturbar o sossego e a transição para um novo estágio a ser vivido.
Internamente, outras batalhas, mais cruéis talvez, serão travadas, já que o desânimo, a impaciência, a intolerância consigo mesmo, o desamor, a falta de autoestima, etc., deverão ser, passo a passo, à medida que surgirem, combatidos, sem que existam testemunhos terrenos a nos glorificar o êxito.
Por isso, a imortal frase de Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz, é sempre oportuna e merece registro imperecível em nossos corações: “VENCEDOR, É O QUE VENCE A SI MESMO!”, jamais esquecendo-nos que, afinal, não é entre nós e o próximo e, sim, entre nós, e Deus.
——–