BUSQUEMOS ENTENDIMENTO

Mágoas, ressentimentos, infortúnios e reveses variados compõem a jornada do homem comum na Terra. Todos esses dissabores que atormentam o coração, aliás, fazem parte, invariavelmente, do dia a dia de cada um de nós. E procedem de infinitas circunstâncias…

São corações que se veem despedaçados por afetos caros, desfeitos na incompreensão de momento. São sentimentos prósperos que se mostram falidos pela presença antiga da inveja e do ciúme. São pontes que viriam a ser de união, rompidas pela falta do fundamento indispensável, que é o Amor.

E por isso, almas e mais almas (nós mesmos) continuam seguindo o calvário infinito, levando suas pesadas cruzes, por que não alimentaram o entendimento imprescindível.

Alcíone, luminar Espírito que embeleza as lições do Amor no livro ‘Renúncia’, ao ser questionada por seu amado Polux se ela o perdoava os equívocos do passado, respondeu ternamente: “_ Os que se amam fundem as almas no entendimento recíproco […].” ¹

Mas, a que espécie de entendimento se refere Alcíone?

Por certo, também nós estamos distantes da compreensão justa de certas lições, porém, baseados no Evangelho de Jesus e sua vida, somos compelidos a “entender” com o coração que não se coloca acima do outro coração. Em miúdas palavras: renúncia aos desejos pessoais para não ferir o próximo; abnegação para que o egoísmo não corroa os laços afetivos em constante edificação…

Não devemos esquecer que não somos, ainda, Espíritos puros. Por isso, a escola da vida é o duro, porém necessário, convite ao exercício da moral cristã que já teorizamos. Não vale apenas ensinar; é mister exemplificar.

Doa o nosso coração crucificado, mas busquemos consolo para nossas chagas em Jesus. Ele, da infinitude do seu Amor não nos esqueceu e, nas dores mais íntimas do nosso ser dar-nos-á o equilíbrio com o entendimento real para amarmos sem ferir e, no mais além, colhermos as flores resultantes das belas sementes que, aqui, com suor e lágrimas justas, soubemos semear…

——-

¹ XAVIER, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel, livro Renúncia.

Deixe um comentário