CALÚNIAS

Passe o dia ou a noite nesses séculos incontáveis e o homem ainda se faz presa dos seus próprios desvarios. Desde os mais simples hábitos a horrendos atos que subjugam o espírito, progride a alma encarnada em ascendente lentidão. E, dentre as condutas viciosas – aparentemente inofensivas ao próximo – está o fel na língua que se converte em calúnias.

Através delas – as calúnias – começa-se o ‘disse me disse’, e o que se parece inocência no ‘falar sobre a vida de outrem’, pode resultar em crimes de tortuosa reparação.

No livro ‘O Espírito da Verdade’ o Espírito nominado por Julio narra os tormentos pelos quais se viu envolvido após cometer os crimes de homicídio e suicídio. Antes, porém, dos atos em desvario, esclarece a alma desencarnada que em sua vida conjugal fora vítima de diversas calúnias que infestaram seu lar, retirando a paz e a harmonia que até então vivenciava ao lado de sua esposa.

As calúnias desferidas como lanças mordazes propalavam adultério contra a segurança conjugal, levando o amigo que nos traz o ensinamento da inconsequência, após atos irracionais, a cometer a brutal retirada da vida de sua esposa e de um inocente vizinho que nada tinham entre si que pudesse ferir a honra do lar.

Foi o fel, o azedume, a inveja e, mais culminante ainda, a calúnia aparentemente inocente, que ceifou a vida de um casal até então compromissado nas leis divinas do afeto. Foi esse mesmo vício repugnante que levou o Espírito Julio a rogar, por força da lei de causa e efeitoinapagável, inflexível, inexorável – meio século de cegueira e martírios em seu corpo, numa nova existência, a fim de não cair nas valas das trevas e da tentação que martiriza os homens. ¹

A lição ora reproduzida cabe a todos nós, sensatos de nossa imperfeição. Quem dirá, pois, que não verte palavras indevidas sobre a vida do próximo? Sabemos lá, quais as consequências das mesmas? Estamos conscientes de nossa responsabilidade perante a Lei de Deus?

Melhor, para nós, é que guardemos a pureza de coração e, ante o perigo do mal que nos assombra, tornemo-nos mudos, a ter que ferir a vida e honra de nosso irmão.

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¹ Verdade, O Espírito da; Chico Xavier e Waldo Vieira, por Espíritos Diversos – FEB, Mensagem de nº41.

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