CONSOLAÇÃO

Nenhum de nós é capaz de negar que o Evangelho, devidamente inspecionado, com a razão e inteligência inerentes ao Espírito, é luz que semeia flores, é consolo para os desalentos, é propagação da mensagem cristã, outrora vivida pelo próprio Cristo.

Dissemos ‘com a razão e inteligência’, pois há momentos, sem dúvida, que a preponderância de nossa própria ignorância rebaixa a Doutrina da Consolação a um poço e martírio sem fim. Ao utilizarmo-nos do púlpito para a propagação do Evangelho, muitos de nós fazemos jorrar sobre os carenciados somente a dor, a provação, a penúria, a expiação e o lamento. Com isso, viver na Terra, nossa casa lar, refunde-se num tormento infinito, sem qualquer atenuante que lhe caiba notar.

Mas essa, ainda bem, não é a lição exposta no Consolador prometido. O erro que alguns poucos cometem, não pode e não será capaz de aniquilar a grande verdade que está evidente na doutrina do Cristo. O próprio Nazareno, aliás, foi incisivo em mostrar ao mundo que somente a redenção para o bem seria capaz de transformar os nossos caminhos. Com isso, é possível viver afastando espinhos e colhendo flores, pois elas também estão em nossas estradas. Basta atentarmo-nos a elas, ofuscando as pontas que ferem.

Fomos criados para seguirmos o carreiro da felicidade! Ninguém está devotado permanentemente à tristeza e ao martírio.

Não esquecemos, claro, que a Terra é ainda um plano de graves ensinamentos. Mas, diante da lição, preferimos invocar o pensamento do Espírito Miramez, para quem estamos presentemente vivendo numa grande escola; e viver num local de aprendizado, assim concebido, é melhor que a tortura verbalizada de que estamos confinados ao cárcere.

Também Emmanuel, benfeitor espiritual de nós todos, em diversos ensinamentos fez gravar: ‘Não devemos dar ao mal a importância que somente cabe ao bem. Não menosprezar o mal é uma coisa; excitá-lo e graduá-lo ao lugar do bem é outra’.

Por isso, não olvidemos jamais de exaltar o bem, o belo, a alegria e a vida. Afinal, aquilo que pregamos; aquilo que ensinamos; é aquilo que nutrimos em nós.

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