CULTIVO ESPIRITUAL

“O Espírito deve ser cultivado como um campo.” Lázaro¹

O Espírito Lázaro traz bela lição de trabalho a todos nós.

Ainda que não tenhamos compreendido, importa reconhecer que para avançarmos na conquista dos valores que tanto almejamos, em especial a felicidade perene que deve reinar em nosso íntimo, com a sagrada paz de consciência a coroar-nos, imprescindível é que saibamos cultivar o nosso campo interno, ou seja, os nossos preceitos espirituais.

Tal como o lavrador maneja o campo que será objeto da semeadura, também o ente espiritual carece de trabalho, no mais das vezes, duro e árduo, pois nesse terreno a enxada tem a difícil missão de abrir sulcos para que os instintos ainda primitivos sejam retirados, e para que as sementes das virtudes sejam lançadas.

Aí, do campo estéril e árido do egoísmo e do orgulho, com o desenvolvimento permanente de conscientização, começam a surgir as primeiras mudas de fraternidade, onde o ser consegue vislumbrar que somente no amor ao próximo, tal como ele mesmo deseja ser amado, é que as colheitas ofertarão frutos saborosos de alegria e felicidade.

Embora a analogia que o Espírito Lázaro faz com o campo, a terra que será cultivada…, não nos esqueçamos que é assim mesmo que se dá conosco, a cada dia.

Vejamos, numa imagem reflexiva, a nossa condição porventura ociosa; ou daquele que não deseja produzir valores de sentimento; que se mostra indiferente à dor alheia e aos problemas do mundo e, que, enfim, nada faz para auxiliar no contexto em que vive, senão espargir azedume e reclamação.

Que colherá ele, ou nós mesmos, diante desse quadro, senão indiferença e amargor?

É por isso que os Amigos Espirituais, ao revivescerem a palavra de Jesus, não se cansam de convidar-nos ao trabalho íntimo, que se assemelha ao arado na terra, para que retiremos do nosso coração as pragas e as ervas daninhas que impedem a florescência e, assim, permitam a fartura da safra espiritual.

Não desdenhemos da lição; saber raciocinar, com fé, é talento humano. Aplicar as orientações divinas ao campo de trabalho, no entanto, é virtude que reflete nosso progresso d’alma.
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¹ O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI, Amor o próximo como a si mesmo, “A Lei de Amor”.

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