“…somente no Espírito Divino de Jesus é que conseguiremos vencer a dominação das trevas…” José Silvério Horta¹
Bem sabemos que Jesus, o Espírito mais sublime que tivemos notícia, é o Divino modelo e o Divino guia de nossa humanidade terrestre. É Ele a luz matinal, o romper da aurora, o esplendor de um novo tempo; é a própria Boa Nova a nos ensinar os passos no escuro de nossa própria ilusão.
Sem ele, ao revés, somos pântano nodoso e movediço; somos charco e infelicidade, porque a Sua luz é a rota de ascensão que tanto almejamos para nossos Espíritos, seja consciente ou inconscientemente. Aliás, Ele mesmo prenunciou: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”²
Malgrado a Luz perene e imarcescível, não olvidamos que muitas vezes a repelimos para nos comprazer no estágio demorado de nossas fugas fantasiosas. Refugamos a bênção do Amor Divino para estacionarmos, de forma indefinida, nas querelas de nosso egoísmo.
Inúmeros são os exemplos que a lida diária proporciona-nos, seja no reduto doméstico ou no inter-relaciomento social, para que anotemos a necessária e imperiosa postura para a mudança.
Mudar é preciso – sabemos -, mas atingir o alvo – dizemos – é outra coisa…
Contudo, dizem os Espíritos benfeitores, através de inúmeras lições registradas nas mensagens trazidas à Terra, que uma via de salvação é capaz de aniquilar as trevas que vivem em nós, e em nosso derredor: a Caridade.
Caridade esta que a Doutrina do Amor, ao revivescer Jesus, consagrou como lema imperecível para nossa elevação espiritual, mostrando-nos, ademais, que a sua ação deverá se dar não apenas no campo material, com a assistência aos mais necessitados do corpo, mas, também, no campo moral, onde as chamas do entorpecimento aniquilam, ainda, as almas que ignoram a felicidade divina.
Ao reportarmos nosso pensamento nos séculos de outrora, lembramos a meiga figura de Francisco de Assis que, encontrando Jesus no imo da própria alma, renunciou a todos os gozos, prazeres e acessórios materiais que passaram a ser, para ele – desperto do Espírito – desnecessários e vis.
Despiu-se e cultivou, assim, a humildade, a simplicidade, o devotamento aos carenciados, leprosos, pobres do corpo e da vida, para resplandecer, com a glória merecida, no Plano da Vida Maior, onde as misérias do egoísmo não têm vez, e os assombros do orgulho não têm voz.
As trevas, confrontando esse roteiro de Amor adquirido, e a todos ensinado, foram dissipadas, para que nós, por nossa atuação, as dissipemos, igualmente, onde nos compete.
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¹ XAVIER, Francisco Cândido, por Espíritos Diversos – Instruções Psicofônicas, Cap. 35, “Caridade”, pelo espírito José Silvério Horta.
² João 8:12.