ESTÁ CONSUMADO

Consta do Evangelho de João que as últimas palavras proferidas pelo Mestre Jesus antes do suspiro final que o levaria à libertação, em definitivo, do envoltório carnal, foram: ‘Está consumado’.¹

Essa passagem encerra, como todos os passos do Cristo, um ensinamento imutável: naquele momento cumpria-se a providência divina, onde o Filho Ungido trazia à humanidade, para sua etapa evolutiva, o exemplo máximo da reforma moral: o Amor.

Com a exaustão da vida física e a consumação dos atos praticados por Jesus, não poderiam mais os povos invocar a ignorância, o desconhecimento, a prática ritualística das oferendas a Deus, como justificativa ao descumprimento dos verdadeiros valores que agradam ao Pai.

Não. Com a vivência Daquele que foi o mais perfeito protótipo sobre o orbe terrestre², as lições estavam espalhadas uniformemente e gravadas para a posteridade, justificando, assim, as Suas palavras: ‘O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.’³

Porém, transcorridos mais de dois mil anos, a humanidade permanece aturdida, envolta na zona umbralina dos pensamentos e ações que avultam o orgulho e o egoísmo. Pobre humanidade! Pobres de nós que não absorvemos as lições e não compreendemos a única via da salvação: reforma moral íntima.

Estamos todos, por imposição de uma dogmática materialista, ‘crucificados ao madeiro infamante’ que nos impede o despertar da alma. A prisão à letra da lei nos atrapalha o avanço, o passo ligeiro rumo aos mundos mais felizes.

Reflitamos, porém, que Jesus ‘permitiu’ a sua crucificação para a nossa libertação. O Mestre nos exortou à liberdade da alma, liberdade do pensamento, liberdade da ação no amor a Deus e ao próximo.

Meus irmãos, não há opção: progredir é o caminho. Do Alto, vozes nos abençoam e buscam nos inspirar à evolução moral, permitindo, contudo, que o livre-arbítrio prepondere em nós, pois, cientes estão, que tudo ‘está consumado’.

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[1] João, 19:30;

² Espíritos, O Livro dos – Questão 625;

³ Mateus, 24:35.

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