Na seara das religiões muitos de seus adeptos vangloriam-se por pertencerem a esta ou aquela ramificação dos ensinamentos do cristianismo. Contudo, bem poucos são aqueles que guardam a necessária fidelidade.
E, por fidelidade religiosa deve ser entendido o efetivo exercício, pelo compromisso habitual e sincero, das ações que são ensinadas na teoria, ou seja, colocar em prática a pureza e a essência das lições do Evangelho.
De fato, estamos rodeados por pregadores cristãos, que mais se assemelham aos fariseus de outrora quando se diziam portadores da verdade, mas que não a colocavam em ação por valorizarem o exterior, sem que a mudança interior fosse trabalhada. Nós mesmos, aliás, quando nos apresentamos como meros teoristas da doutrina cristã, sem colocá-la como roteiro ordinário de nosso dia a dia, equiparamo-nos a esses antigos perturbadores e perseguidores do ensinamento de Jesus.
Nota-se, dessa forma, que a verdadeira concepção de fidelidade, para o cristão, está na constância de suas obras edificadas, em especial e com mais ênfase, na condição de ‘construtor’ de si mesmo. Por isso, refletimos, desde a citação reproduzida por Sócrates, ser necessário que o homem conheça a si mesmo, pois só assim poderá lapidar os vícios que o prendem às trevas de provas e expiações.
Não confundamos, em deturpação de interpretação, fidelidade com fanatismo. A primeira pressupõe compromisso e prática da lição; o segundo, revela desequilíbrio que pretende imposição de pensamento a outrem; condição inaceitável e repreensível, por certo.
Nessa vivência que se espera do verdadeiro cristão; daquele que teve acesso ao conjunto de ensinamentos puros e crísticos, não há partidarismo ou filosofia religiosa que não possa e deva ser respeitada. Aliás, uma religião é considerada boa segundo a capacidade de transformação moral daquele que partilha o ensinamento.
Assim, ainda que espíritas, ou católicos, ou evangélicos, etc…, sejamos, acima de tudo, verdadeiros cristãos, pois dia virá em que a máxima se tornará realidade: ‘a cada um segundo as suas obras’.
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