KARDEC & CHICO – DUAS FACES DO MESMO AMOR

Assim como o “ontem” e o “amanhã” se entrelaçam e entrecruzam no atemporal, também Kardec e Chico são indissociáveis para o entendimento fundamental da Doutrina do Amor, codificada e revelada ao mundo com a tripla finalidade: Consolar, Esclarecer e Libertar.

Allan Kardec [Hippolyte Léon Denizard Rivail – 1804 a 1869] foi, na feliz expressão do célebre Camille Flammarion (o ‘poeta das estrelas’), o “bom-senso” encarnado, a razão e a lógica em seu mais puro afino, o educador sensível, o “vaso escolhido” por Jesus para exercer o mister de codificar o ensinamento dado pelos Espíritos à humanidade.

Com o mestre lionês obtivemos a prova científica acerca da imortalidade da alma e a pluralidade dos mundos habitados; da comunicabilidade dos Espíritos com os homens; a demonstração filosófica de que ao homem é imposto o dever de pensar e raciocinar que o Espírito é, uma vez criado, perfectível e sujeito às leis inexoráveis do progresso.

Reformador do pensamento, asseverou que a “Fé raciocinada é aquela capaz de encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade”, ativamente operante e escorada na tríade: “Trabalho, Solidariedade e Tolerância”.

Chico Xavier [Francisco Cândido Xavier – 1910 a 2002], o “cisco” reconhecido pelos brasileiros como o maior de todos os tempos, foi, na expressão literal da palavra, um “homem-amor”. Deu de si tudo o que podia e, quando era atacado pelo fel próprio dos “contrários”, respondia, se fosse instado a perdoar: “_ Não há que pedir perdão meu filho, pois não me senti ofendido com a sua ação…”

Somente o Espírito que paira acima da matéria e que tem consciência plena do estágio transitório da ignorância humana não se ofende e compreende os equívocos resultantes da maldade. E ele, o “cisco”, ensinou: “O mal é, apenas, o Bem mal interpretado.”

Kardec e Chico… Chico e Kardec… Duas personalidades que por Amor a Jesus e por compaixão à Humanidade transviada aceitaram o propósito missionário de encarnar no plano terreno para esclarecer as “mentes adormecidas” e elevar os caídos ao propósito da ascensão espiritual.

Nem Kardec nem Chico tiveram filhos biológicos, e quando Chico era questionado sobre isso, respondia: “_ Meus filhos são os livros que deixo à humanidade, como gotas de luz trazidas pelos amigos espirituais!” E foram concebidas, em verdade, pelas sagradas mãos desse abnegado Irmão, mais de 500 (quinhentas) pérolas consoladoras para aqueles que clamam pela luz do entendimento.

A esses Espíritos luminares, pois, curvamos a fronte em sonora vibração de gratidão: Salve Kardec! Salve Chico! Duas faces, do mesmo Amor…


[1] Texto escrito em homenagem ao passamento de Allan Kardec, ocorrido em 31.03.1869, e ao natalício de Chico Xavier, dado em 02.04.1910.

Deixe um comentário