LEVANTA-TE

Não restam dúvidas de que as passagens do Cristo pela Terra estão recheadas de ensinamentos simbólicos para a vida prática; profundos em sabedoria, imortais para nossa reflexão e transformação do caráter maculado. Contudo, com a exemplificação, o Mestre delegou-nos a iniciativa, a ação, a vontade aliada à prática, como proposta de colheita do fruto esperado.

Notemos, nesse contexto, que em muitas lições registradas pelos Evangelistas, o Divino Amigo pede que o assistido ‘levante-se’, ‘erga-se’, e caminhe, afinal.

Marcos, ao descrever a cura da filha de Jairo¹, assim registra: “E agarrando a mão da criancinha, diz: “Talitha Kum”, que traduzido é “Mocinha, eu te digo: Levanta-te”. E imediatamente a mocinha se levantou e andava […]” (grifamos)

N’outras passagens, igualmente marcantes em sua interpretação, temos Jesus convidando Mateus, então sentado na coletoria de impostos, a levantar-se e segui-lo. Lázaro, “ressuscitado”, levantou-se. Paulo – outrora Saulo, da cidade de Tarso – também fora motivado a levantar-se, após a queda, para seguir o Cristo nas agruras e aflições da própria cruz redentora.

Por isso, na análise profunda das lições imorredouras, concebemos que, dia a dia, somos impelidos a buscarmos forças para levantarmo-nos, e seguirmos adiante. Ainda que feridos, maltratados, injustiçados, nenhum fruto abençoado colheremos com a inércia que nada cria. É mister, pois, prosseguir…

Entendamos que as dificuldades interpostas são como nevoeiros passageiros. Estacionados, agravamos a tempestuosa aflição no temporal que parece não cessar. Em ação, ao contrário, vamos ao encontro da porta libertadora.

Levantar e seguir, eis o convite redentor! Pois Jesus, o Amado guieiro da humanidade, continua trabalhando… continua aguardando, compassivo e tolerante, por nossa transformação que operar-se-á com o primeiro passo que compete a nós mesmos.²

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[1] Marcos 5:38-43;

² Inspirado no texto de Emmanuel, por Chico Xavier, intitulado “Levantar e seguir”, contido em O Evangelho por Emmanuel – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos, pg.35.

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