MAIS AMOR…

Um ente querido, desde muito antes de marcar o regresso ao plano espiritual, tinha por hábito findar as suas ásperas lutas do dia a dia no cenário terreno com as preces entoadas ao Criador e aos Mensageiros celestes, não raro suplicando por forças continuadas e renovadas, pois bem sabia que a existência exigia-lhe esforços excruciantes, mantidos, contudo, no silêncio próprio das almas já conscientes do dever que lhes compete cumprir.

Juntamente a esse momento íntimo com o Pai, registrava em sua mente anotações de obras de grande instrução e, a que estava na cabeceira do leito nos tempos que antecediam o seu retorno à pátria verdadeira, trazia as indeléveis orientações do benfeitor Emmanuel, por Chico Xavier, intitulada “Assim Vencerás”.

Ocorrido o desenlace da alma querida e passada às minhas mãos a obra citada, a mesma foi propositadamente ‘engavetada’, aguardando o momento oportuno para sua leitura.

Contabilizados, então, dois anos de seu passamento, como que ao acaso, houve resolução de tocar aquela obra, em especial para coletar informações dos capítulos asseverados pelo Espírito Emmanuel. Mas, como o acaso não existe, e o momento vivido exigia reflexões profundas do cotidiano, defrontei-me, de súbito, com o Capítulo 11, nominado “Mais Amor”.

Apenas o título e seu conteúdo já seriam o oportuno bálsamo que ansiava por receber. Entretanto, compreendi que o capítulo escolhido havia sido o último estudado por ela, incansável mulher que esteve minha mãe, em sua última jornada terrena.

Deteve-se – a genitora amorável – na leitura desse capítulo, não por mero capricho da inação. Percebi, das anotações rascunhadas, que sua alma buscava entendimento acerca das palavras do benfeitor espiritual em confronto com os anseios de qualquer ser vivente, que notadamente deseja compreender o Amor, viver o Amor, mas, humildemente, receber o Amor daqueles que o cercam, em sua plenitude.

Também eu, após a leitura do capítulo em questão, que nos invoca à sublimidade do Amor desde os atos mais simples, temo por avançar indefinidamente n’outros campos da instrução existencial. Afinal, como seguir adiante, em qualquer curso da vida que seja, sem que o Amor seja a ‘rédea’ a guiar nossos passos?

Imperioso viver, pois, com “Mais Amor”, sabendo que quanto mais o dividirmos, mais o multiplicaremos em benefício de nós mesmos.

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