MARIA CANTORA, ARAUTO DA Fɹ

Nos meses em que lembramos o passamento de Allan Kardec (31 de março) para a pátria espiritual e comemoramos o nascimento de Chico Xavier (2 de abril) nesta terra dádiva de Deus, nosso coração também se eleva em júbilo para reverenciar um espírito de luz que muito colaborou com a propagação da doutrina espírita: Maria da Conceição Martins, cujo desencarne ocorrera em 30 de março de 1978.

Esse espírito resignado, altaneiro, mais conhecido em sua última existência como Maria Cantora, foi um dos viventes da fé inabalável; aquela mesma fé estampada no frontispício de O Evangelho Segundo o Espiritismo como sendo a única capaz de encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade.

De fato, a nossa tão querida Maria Cantora, discípula confessa de São Vicente de Paulo, tinha na fé o destemor às vicissitudes e agruras da vida. Mesmo diante das mais ardorosas provas a que fora submetida, seja enquanto filha de escravos, seja enquanto espírita, seja, ainda, enquanto materialmente paupérrima, tornou-se grande e digna de louvor por todos aqueles que a conheceram.

Fez de sua mediunidade um instrumento de auxílio ao próximo; tal como manda a mais nobre lei da fraternidade. Poucas não foram as vezes em que os médicos da pequena cidade mineira de Conquista, em especial o laborioso Dr. Furiati, recomendaram-lhe doentes que não obtinham a cura através da medicina convencional.

Suas mãos, sofridas e marcadas pela labuta da vida, transformaram-se em acalento aos famintos do corpo e miseráveis do espírito.

É mister destacar e enaltecer essa amorosa irmã, por seu exemplo, pelas lições de humildade, e pela fé na Providência. E, embora saibamos que ela nada necessite de glorificações, registramos nossa gratidão valendo-nos de pequeno trecho da canção que leva seu nome, cujos versos retratam a divina inspiração do poeta conquistense Eli Alves²:

‘…Querida Maria, Cantora de Amor,

Alimentando a alma,

Alimentando o coração,

Alimentando o corpo,

Mesmo numa prisão.

Irmã querida, a lembrança se faz,

Abraços fraternos,

Carinho, amor,

Gratidão e paz…’

Ave Maria! Ave Cantora!

——-

¹ Arauto: subst. masc. – encarregado, mensageiro, portador.

² Maria Cantora – letra Eli Alves / música Marcelo Cabral.

Deixe um comentário