NEGAÇÕES

Ao lembrarmo-nos da passagem ocorrida com o apóstolo Pedro que, embora advertido pelo Mestre de que ele o negaria por três vezes seguidas antes do cantar do galo – e assim ocorreu -, somos impelidos a refletir: o quanto de Pedro está presente em nosso espírito, transparecendo furtivas para não nos reconhecermos seguidores dos passos do Messias?

Jesus, é certo, inaugurou – nas palavras do benfeitor espiritual Emmanuel – “a era definitiva da maioridade espiritual da humanidade terrestre”. No entanto, passados dois mil anos, nossas ações mais refletem o temor e a incerteza que caracterizam nossas ‘negações’.

Renegamos, assim, o Divino Cordeiro, embora, em contrassenso, nos qualifiquemos, intimamente, como cristãos.

Essa legenda luminar, porém, deve ser digna tão somente daquele que visa espelhar seus pensamentos, suas palavras e suas ações, nos exemplos magnânimos deixados por Aquele que permitiu imolar-se no madeiro infamante. Não sendo assim, a palavra ‘cristão’, saída de nossos lábios, soará como mero ornamento artificial.

É fato, não esquecemos, que à humanidade terrestre está garantida a venturosa e futura conquista dos valores imortais; a sublimação pelo Amor; a concórdia sincera e a paz que consolidará o degrau para o Reino de Deus, no íntimo de cada ser.

Ocorre, somente, que a razão e a fé que nos conduzem não deixam de advertir-nos severamente: nada nos será outorgado, nada nos será dado, sem que o façamos por merecer.

E, ainda que neguemos, repetidas vezes, o Santo nome do Senhor, como reiterada negação ao Seu Amor, temos certo que o tempo não tardará para, assim como Pedro o fez, em remorso amargurado, digamos ao mesmo Mestre, em tríplice assertiva: “_Senhor, eu te amo”. Ao que Ele responderá, compassivamente: _ Apascenta, pois, as minhas ovelhas.

Então, a partir desse novo tempo, doaremos nosso suor, nosso sangue, nossas lágrimas, e morreremos, também como Pedro, para conquistarmos as mesmas virtudes adquiridas por aqueles que já se sublimaram…

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