NOSSA ESCOLHA

“Efetivamente, conhecerás muitas vezes a intromissão do mal em teu caminho, mormente se te consagras com diligência e decisão à seara do bem, mas não te permitas a leviandade de acolhê-lo e transportá-lo contigo, à maneira de lâmina enterrada por ti mesmo no próprio coração.” Emmanuel¹

O benfeitor espiritual Emmanuel registra claramente que, ao que desejar seguir as fieiras do Bem, invariavelmente suportará a investida das hostes da ignorância em trevas que farão de suas ardilosas combinações para prejudica-lo. Não se está isento, portanto, das duras perseguições que irmãos menos esclarecidos podem intentar, fazendo com que o obreiro de Jesus mantenha-se perseverante na concretização dos seus ideais de ascensão sublime.

Porém, merece destaque o esclarecimento de Emmanuel quanto à nossa capacidade de eleger aquilo que queremos e desejamos assimilar, dentro do nosso livre-arbítrio…

Pondera nosso Irmão que devemos impedir – se assim o quisermos -, que o mal que nos fazem penetre o nosso ser e retire-nos a paz e o equilíbrio, arrastando-nos para os tormentos então desejados pela corrente maléfica.

Ora, tantas vezes avaliamos a força magnânima do perdão aconselhado por Jesus a Pedro – e a todos nós, por consequência -, mas nem sempre refletimos sob esse aspecto do perdão que nos é, também, libertador!

Ora, perdoar não é ato maquinal de esquecimento. Há, no contexto da virtude ‘perdoar’, uma ação que nos beneficia igualmente, pois que nos liberta das algemas intentadas pelo Espírito das Trevas ansiosas por enredar-nos em malhas sutis do ódio, rancor e toda vicissitude corolária.

Paulo, o Apóstolo dos gentios, em sua mensagem evangélica sobre o Perdão das Ofensas, assim asseverou em advento do Consolador Prometido: “Perdoar os inimigos é pedir perdão para si mesmo…”.² Uma leitura superficial sobre a lição do Amigo do Cristo pode parecer contraditória, pois que o ofendido não se equivocou, em tese. Mas o espírito que dá vida à letra faz a mensagem converter-se em soberba demonstração de reflexão íntima, pois o perdão a outrem é a desvinculação a todo e qualquer mal que queira nos amarrar.

Eis porque Jesus, em seu ministério inextinguível de Amor, lecionou o perdão como profilaxia da alma, num sem-número de vezes, exortando-nos, a todo instante, e diante de tantas quantas forem as investidas do mal, a perdoarmos, igualmente, sem limites, para não nos prendermos aos caminhos escabrosos que nos impedem a marcha para cima, e para o cume da evolução espiritual.

Em suma, o nosso lema cristão: perdoar sim, para libertar-nos, sempre.


¹ XAVIER, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel; livro: Alma e coração, Capítulo 16, Efeito do perdão.
² KARDEC, Allan; livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo X, Bem-aventurados os misericordiosos, Instruções dos Espíritos: Perdão das Ofensas.

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