O EVANGELHO EM NÓS

Muitos de nós acreditamos que o papel de evangelizar é atributo exclusivo desta ou daquela personalidade humana, como se Deus houvesse destinado, com feição especial a um ou a outro a difusão do Evangelho renovador, e restaurador, dos corações.

No entanto, professando a crença na Doutrina Consoladora, temos certo que cada um de nós é portador dessa abençoada tarefa que, uma vez figurada em nosso íntimo, reflete nas nossas mínimas ações, em derredor de nós mesmos, tal como no exercício de nossas profissões do mundo.

É assim que, se estamos na condição de advogados, somos a ponte na resolução dos problemas; buscamos intermediar o anseio pela Justiça; auxiliamos e advogamos à vítima ou ao culpado sem, jamais, comungarmos com o erro em si.

Se exercemos o sacerdócio médico, como enviados do Alto para aliviar dores, sofrimentos, angústias – no mais das vezes, físicas -, portamo-nos com amor, com respeito ao momento do padecimento do próximo, pois conhecemos, como ninguém, os meandros do corpo material.

Se, também, estamos na função de educadores e professores, partilhamos do conhecimento que nos é outorgado pela bondade divina, sempre reconhecendo que mais feliz não é quem ensina, mas, por outro lado, é aquele que absorve o ensinamento que transmite.

E se, afinal, estamos no púlpito como oradores, ou mesmo faladores e instrumentos do entendimento evangélico, jamais nos valemos do Livro Sagrado para ferir o irmão que busca o consolo. Ao contrário, tratamos, pela palavra amiga, de renovar as suas esperanças para o recomeço que não pode tardar.

Igualmente se dará se tratarmos de comerciantes, engenheiros, artistas, cantores, jornalistas, etc… etc…, pois cada qual, no ministério profissional em que está situado, pode e deve exercê-lo na condição de disseminador do bem e, portanto, do evangelho que reflita o Amor ensinado pelo Cristo.

Imaginemos um mundo assim, onde cada um de nós, nas atuações mais comezinhas de nossas vidas, agíssemos para atendimento a esta pergunta: em meus passos, em minhas atividades, em minhas condutas, o que faria Jesus?

Basta esse pensamento para concebermos que na Terra, os apóstolos do Cristo, como verdadeiros seguidores dos seus passos, não são somente aqueles que se dedicam a difundir o ensinamento teórico. Em verdade, os apóstolos do Evangelho somos todos nós que, buscando vivenciar as máximas que perduram no tempo, entendemos que devemos e podemos evangelizar muito além das palavras, pois podemos evangelizar, sobretudo, pelas nossas ações… pelos nossos exemplos.

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