O PRIVILÉGIO DE SERVIR

“…se te ajustas ao privilégio de servir […] reconhecerás que o amor é um sol a brilhar para todos.”¹ – Emmanuel

Considerando a Justiça Divina que impera imutável e inexorável sobre todos os seres, não podemos cogitar da palavra ‘privilégio’ como concessões gratuitas e injustificáveis, sem que haja o contrapeso do merecimento. Bem por isso, a máxima “a cada um segundo as suas obras” continua vibrando incessantemente para a harmonia de todo o conjunto, pois, de reverso, não haveria distribuição equânime de valores e, portanto, não haveria justiça na expressão plena da palavra.

No entanto, busquemos outro ponto de vista, que não seja o de favorecimentos sem causa; pensemos, n’outro plano, acerca do privilégio de servir, quando nos dispomos a ser instrumentos de Jesus, em sua imensa seara, para auxiliar os caídos, dando azo a que os benefícios da servidão revertam-se em prol de nós mesmos.

Colocando-nos, de forma espontânea, no serviço do bem e da fraternidade em prol dos necessitados de toda ordem – seja material ou moralmente falando – bem sabemos que somos os maiores favorecidos, quando a graça divina derrama sobre nós os frutos do amor ao próximo, alavancando nosso caminho em ascensão, minorando nossas próprias dores, nossas próprias aflições…

Foi por isso aliás, que Allan Kardec, reformador do pensamento humano para reviver o ensinamento do Cristo de Deus, num período em que o nada, isto é, o niilismo imperava na sociedade materialista do século XIX, asseverou com segurança para o atemporal: “Fora da Caridade não há salvação.”

Foi por isso também que Paulo de Tarso – antes mesmo do advento do mestre lionês -, pregou ao mundo nascente da Boa Nova, que de nada adiantaria falar a língua dos homens ou dos anjos, se o Amor e a Caridade não fossem a tônica para a ação enobrecedora.²

Nem mesmo o metal que soa ou o sino que tine: só o Amor! pregou nosso inolvidável Paulo de Tarso, a partir da visão luminar que o ressuscitou para o caminho transformador e regenerador do Bem comum… e dele mesmo.

É por essa razão, porque sabemos que a limitação das palavras nos levam a uma justa reflexão, e esta reflexão só se faz notoriamente justa se for de acordo com a Lei Divina inscrita em nossa consciência. Se desejamos a condição de privilegiados ante Deus, conscientizemo-nos de que esse privilégio só estará evidente quando formos cientes e servientes no trabalho de amar ao próximo, alçando os caídos e edificando-nos a nós mesmos.

Sejamos, então, seareiros do Cristo e privilegiados frente ao nosso Criador.

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¹ XAVIER, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel – Livro ‘Mãos Unidas’, cap. 4: ‘Esperança Sempre’
² Paulo: 1 Coríntios 13:1-13

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