O QUE POSSO FAZER PARA AJUDAR?

Dia desses assisti a um documentário que reavivou minha reflexão sobre a condição de miséria material em que bilhões de pessoas – irmãs nossas – se encontram em nosso planeta Terra. Chama-se ‘Living on one dollar’; em português, ‘Vivendo com um dólar’.¹

O documentário registra a história de quatro amigos que se propõem a compreender – e viver – a vida de habitantes da pobre Peña Blanca, região rural da Guatemala, com apenas $1 (um dólar) por dia, durante 56 (cinquenta e seis) dias.

Mais do que fonte de estudos para iniciáticos em Economia, a dura e triste realidade das famílias que vivem nessa região se reproduz rotineiramente sob nossos olhos em todas as partes desse orbe terrestre, sem que, pouco, ou quase pouco, façamos para auxiliar na mudança do quadro miserável.

A indiferença ao sofrimento alheio, mesmo que primordialmente material, é uma das mais vis corruptoras da máxima evangélica espiritista: fora da caridade não há salvação.²

Não por menos, São Vicente de Paulo, o ‘Santo dos Pobres’, se tornou um ícone de combate à pobreza, ensinando-nos a dar, um pouco, do muito que temos em prol daqueles que se encontram, temporariamente, nas condições menos favorecidas.

Nós outros, os espíritas, conhecedores que somos das leis de causa e efeito e das regras inexoráveis da reencarnação, devemos lançar mão acolhedora aos irmãos que se encontram nos estágios da prova tortuosa da miséria, da pobreza. Afinal, n’outra vida – ou nesta mesma – poderemos estagiar nas intempéries dos infortúnios e amargar a condição paupérrima para a subsistência do corpo físico.

Ora, mesmo quem pouco possui é capaz de trazer alento ao próximo. Lembremo-nos da passagem evangélica do ‘Óbolo da viúva’, em que esta, ao depositar apenas duas moedas no gazofilácio, foi considerada aos olhos da Providência, mais caridosa que muitos ricos.³

É preciso, entretanto, irmos ao encontro da desgraça alheia com disposição da ‘mão oculta’, ou seja, munidos do desinteresse, aptos a auxiliar sem ferir ou humilhar o brio do necessitado. Colocando-nos, enfim, na condição humilde a inquirir: O que posso fazer para ajudar?

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[1] www.livingononedollar.com

² KARDEC, Allan; O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV

³ Idem, Cap. XIII

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