Há um ditado que assim nos revela: “O Amor está nas grandes, como nas pequenas coisas”.
Notoriamente, já no inconsciente de cada um de nós, todos almejamos e buscamos esse algo que é capaz de saciar os sentidos mais íntimos. Progressivamente, há milênios, desde a nossa criação enquanto centelha divina, somos impelidos, no ádito de nós mesmos, a encontrarmos o caminho que sintoniza com essa força maior, decorrência do próprio Senhor dos Mundos, chamada – a força – Amor.
Não o amor vulgar que, correntemente, ao nos referirmos às paixões sensuais, buscamos para saciar os desejos próprios da volúpia. Referimo-nos ao Amor que irmana, que une pela força sublime, que transborda e revela-se na fraternidade, na solidariedade, na igualdade.
Falamos do Amor que está nas grandes coisas, como demonstração viva da Natureza que nos cerca, ou da vida que se revela incessante nos reinos e no cosmos. É o ser humano que resplandece com a sua inteligência, mas são também os multiversos, as nebulosas, as galáxias, os céus e os sóis que brilham e comprovam a grandeza de Deus.
Mas é também o Amor que se traduz no átomo e no microscópico verme que encadeia o princípio criador; é a luz que não se vê – senão o seu efeito -, e é a gota d’água que sacia a sede. É, n’outro tanto, a semente que germina, brota, floresce, e dá fruto, mas podemos dizer que ainda é, o gene do DNA que guarda as características de cada ser biológico.
Alçando voos altaneiros à nossa reflexão, no aspecto espiritualista e de evolução celeste, porque não entendermos que o Amor está no afeto e no desvelo ao próximo? Nas ações de elevação dos que caem? Ou num simples “bom dia”? Num elogio sincero? Numa carícia? Num sorriso complacente, ou num diálogo paternal, esclarecedor e sensível?
O Amor não constrange, não fere, não aniquila; o Amor não magoa, embora as importantes lições que demanda; o Amor não entristece, nem enregela, porque é a chama ardente da alegria e da satisfação plena.
Eis o Amor, encontradiço em suas múltiplas variações; eis o Criador, nas suas constantes revelações. Eis a Vida, a esperar de nós, os olhos abertos para o que é simples, sutil e verdadeiro.
“Feliz [enfim] aquele que ama, porque não conhece a miséria da alma, nem a miséria do corpo.¹
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[1] KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, ‘A Lei de Amor’.