REDENÇÃO

“O tormento da deserção dói muito mais que o martírio da derrota”. Espírito Lima¹

Somos todos, sem exceção alguma – pois que na Lei Divina não há privilégios – constrangidos ao progresso de nós mesmos. Criados, uma vez, simples e ignorantes, sem ciência, mas perfectíveis e propensos à perfeição relativa – pois que em absoluto, perfeito só Deus o é – a meta de cada um é a superação dos obstáculos que ainda nos constrange ao estado atual, muitas vezes instintivo, por não dizer, primata.

A dádiva da vida e as sequentes existências, por isso, se transformam em oportunidades, experiências, que devemos sorver com a maior responsabilidade que nos compete; daí porque Jesus convidou-nos e exortou-nos: “Aquele que quiser seguir-me, carregue a sua cruz e siga-me”.

O Mestre jamais nos entorpeceu; jamais nos ocultou a Verdade. Ao revés! Foi ele o facho luminoso para nossos Espíritos, conclamando-nos a um pensamento novo e a uma vivência nova que nos levaria ao despertar de consciências.

Assim, ao deitarmos nossas vistas à presente existência, com a sinceridade que nos importa, mister anotemos os degraus que carenciamos superar. Oportunidade bendita que não podemos e não devemos deixar que se esvaia, com a culminância do arrependimento das horas que não voltam mais.

Feliz expressão do Espírito Lima que invocamos no preâmbulo deste artigo: “O tormento da deserção dói muito mais que o martírio da derrota.” Feliz, porém gravíssima, pois tanto a derrota pelo insucesso, quanto o tormento da deserção são resultados que nenhum de nós deveria esperar quando entramos na arena da transformação pessoal que visa a regeneração do Espírito.

Lutemos, meus irmãos! Lutemos! E quando a luta estiver a ponto de nos destrambelhar o corpo, as nos maltratar o imo dos corações, oremos por forças renovadas, e lutemos um tanto mais. Soframos o que nos é de pena, expiação e provação para a burilação e purificação de nossa alma, mas não desertemos dos nossos deveres para conosco mesmos.

Nem mesmo mãos e braços abertos, de benfeitores espirituais a nos conceder consolo, serão capazes de refrigerar nossa alma acaso desperdicemos a chance da elevação por nosso dever, pois a consciência, juiz e aguilhão severo do Espírito, não nos concederá a paz que é de merecimento ao batalhador vitorioso.

Afinal, nunca antes a mensagem de Jesus vibrou tão clara em nossas mentes: “A cada um segundo suas obras”.

——-

¹ XAVIER, Chico, por Espíritos diversos – livro ‘Instruções Psicofônicas’, cap. 23, intitulado ‘Companheiro em Luta’.

Deixe um comentário