SIMPLES CARTAZ

Disse-nos o Senhor: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. (Marcos 16:15)

Prendendo-nos tão somente a superfície destas palavras, quase sempre temos buscado induzir os que nos escutam a acolher os nossos conselhos de fé; os nossos preceitos de religiosidade; as nossas fórmulas para a verdadeira salvação.

E é por isso, também, que em meio a essa multidão de pretensões, invariavelmente sem êxito, vemos tantos irmãos desalentados e descrentes, pois a nossa palavra e a nossa pregação, que deveriam refletir a nossa própria jornada, não têm sido suficientes para o convencimento alheio.

Atentos a essa contradição, é necessário compreendamos que não são as palavras – somente – que mudarão o mundo ou as pessoas ao nosso redor, mas, sim, os ensinamentos vivenciados e que correspondam às nossas palavras.

Vejamos Jesus. Instruindo nossos Espíritos com sua renúncia sublime, falou sobre o amor, sobre o perdão, sobre a indulgência, a humildade, o desapego…, contudo, vivenciou, exemplificando, em todos os instantes, essas mesmas virtudes.

Daí porque nos suscitou igualmente ao “Ide e pregai”, isto é, irmos e, por onde formos, por onde caminharmos, por onde batalharmos, pregarmos pelo exemplo das qualidades morais que já conhecemos, seja nos postulados da vida familiar, ou nas lidas do trabalho, ou nas vivências religiosas…

Jesus não espera – como não esperava àquele tempo – que nos portemos como santos, pois nos falta um vasto caminho existencial a seguir e só se dará após inúmeras experiências vindouras, para que nos elevemos à santidade e à pureza espiritual.

Espera Ele, porém, que tenhamos apenas coerência e harmonia entre o nosso pensar, falar, sentir e fazer, durante o aprimoramento ascensional da caminhada.

Não aguarda Ele, afinal, que escrevamos obras e compêndios sobre o Bem. Almeja, enquanto Pastor do rebanho aprendiz que somos, que levantemos, ainda que com grave esforço, um simples cartaz a refletir nosso Eu interior, desde que nele contenha, de forma luminar, o registro das moralidades que estamos a vivenciar, e a falar.

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