SOMBRA DO MUNDO

“… que a sombra do mundo não vos interrompa, em tempo algum, a marcha para a união divina…” – Emmanuel¹

É fato inconteste que, muitas vezes, belos trabalhos programados no plano espiritual e destinados ao êxito no plano terreno, são tisnados pelas sombras e interrompidos, por fim, o fruto consequente.

Vemos, dessa forma, não raras ocasiões em que irmãos preparados à culminância dos seus intentos espirituais, dedicados ao bem coletivo, amantes do belo e da arte sublime, caem em despenhadeiro infeliz, cedendo às importunações constantes, incessantes, de outros irmãos menos felizes.

São muitos, sabemos, os Espíritos ainda ignorantes que lutam fervorosamente para combater a luz. Ainda que o bem deva prevalecer por toda a eternidade, já que Deus é um só e todo Amor, não olvidamos que o homem, enquanto espírito em pleno desenvolvimento, está fadado ao equívoco, às escolhas indevidas e, a considerar o livre arbítrio relativo que possui, acaba impelido a colher os resultados das próprias ações.

Por isso que Jesus, ao advertir-nos para o tentame do Reino de Deus, traduzido pela própria sublimação espiritual, fora incisivo: vigia e orai.

Vigilância esta que os Espíritos instrutores não cessam de alertar: deve ser continuada, pois nos menores lapsos pode ocorrer a ruptura e ruína de um trabalho programado há tempos.

Nenhum de nós, lado outro, está livre da queda inesperada. Todos estamos sujeitos aos mesmos infortúnios enquanto revestidos pela matéria perecível, pois não há privilégios na Lei Divina. Devemos ascender por nosso próprio esforço de resistência e, no corpo físico, as sensações muitas vezes sobrepujam os sentimentos e, ante isso, cedemos ao erro nos momentos menos esperados.

Assim é que, ao recurso constante da vigilância sobre os pensamentos, deve ser adicionado a infalível conexão da prece. É através dela que estabelecemos contato com as faixas elevadas de vibração e, por meio dela, rogamos o amparo que tanto carenciamos enquanto estivermos no campo de batalha.

Se fizermos a nossa parte mãos amigas não faltarão a sustentar-nos a caminhada, e as trevas que nos perseguem, um dia, finalmente, também haverão de converter-se em luz sublime.

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¹ Por inspiração pós leitura da mensagem intitulada “Que a sombra do mundo não vos interrompa”, constante às fls.364 do livro “Deus Conosco”.

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