TODOS TOMBAREMOS

De que nos vale a petulância com que frequentemente agimos no trato com o nosso irmão, nosso próximo, se no término da caminhada nos vemos diante da voz prenunciada da morte e, então, inexoravelmente compreendemos que todos tombaremos?

É fato constantemente verificado que buscamos a verticalidade e o reconhecimento no meio social em que vivemos, onde gastamos inclusive a preciosa saúde física para obtermos os troféus transitórios na exaltação de nossa vaidade. Contudo, é contrassenso patente, pois ainda que nos elevemos materialmente com todas as honras e glórias possíveis, nas quais a humanidade nos felicitará, o último degrau dessa escalada terrena é a queda da veste física no ataúde, ou seja, restaremos inflexivelmente tombados, como qualquer outro que nos secunde o trajeto.

Apenas por essa limitada reflexão compreende-se que o materialismo não deveria ter vez nem voz junto a um povo desperto, esclarecido, consciente de que basta um sopro do Criador, para que a criatura volte ao berço espiritual, dado que, lá chegando, fatalmente após rigorosa avaliação, nós mesmos suscitaremos: de que me valeu tamanha fome pelo poder, pelo status, pelas honrarias, se quando mais deveria delas me felicitar, tombei com a chegada da morte?

Aí se reconhece, em novo processo, que só não tomba aquele que cultiva tesouros morais, virtudes que agregam ao espírito, e que podem acompanha-lo onde for, pois, quanto ao que é somente matéria, os sábios antigos já ditavam: ‘…caixão não tem gaveta’.

Feliz daquele que não espera o despertar além-túmulo! Que busca aclarar a consciência a todo instante, já no processo evolutivo em que se encontra!

Acaso ainda olvidamos que a única condição do homem na Terra é se aprimorar e se reformar espiritualmente? Nada do ouro que reluz aos olhos nos consolará no Mundo Maior.

Bem por isso, na prece ensinada pelo Mestre, Ele fixou sua rogativa ao necessário para nossa caminhada, excluindo todo o supérfluo, quando disse: ‘…o pão nosso de cada dia dai-nos hoje…’, para que saibamos, enfim, que só se deve acumular patrimônio junto ao coração.

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