TRANSIÇÃO PARA O BEM

“O mal de agora pode ser simplesmente um véu de sombra ocultando o bem de amanhã.” Emmanuel¹

Inegável que ao estagiarmos pelas provas e expiações de nossa caminhada somos constrangidos aos processos depuradores de nosso Espírito.

No entanto, embora o processo quase sempre necessário ao estágio de nossa evolução – e dizemos quase sempre, pois o Amor é a rota alternativa que estamos por aprender em plenitude -, é forçoso inferir que ele – o mal -, mais ora menos ora, também passará, descortinando valores que, até então, para nós, pareciam impossíveis.

De fato, poucos são os momentos em que conseguimos refletir no além-problema, no pós-trauma. Prendemo-nos – talvez pela inarredável aparência da dor – à circunstância transitória de tal forma que, dificilmente conseguimos imaginar que ela possa ter fim. E, com isso, ampliamos aquilo que já nos é penoso.

Mas, ao refletirmos detidamente nas promessas de Jesus, mormente no convite que Ele nos fez para nos aproximarmos de seu amorável coração, em ocasiões de sobrecarga e sofrimento, onde Ele se faria o Consolador, podemos sim, esperançar nossa caminhada com novo vigor.

Nada é eterno, ressalvado o que Deus, por sua misericórdia, determinou. Tudo passa… e só Ele não muda.

Pudéssemos, assim, compreender que a passagem do mal será oportunidade para a chegada do bem; pudéssemos conceber que a luta de agora é prenúncio das honrarias espirituais de amanhã; pudéssemos, enfim, entender que a esperança é força motriz para que não nos entreguemos ao desencanto que nada constrói… Ah!, teríamos mais motivos para encorajar nossas atitudes, mais decisão para fazer calar os nossos lamentos, e mais fé n’Aquele que tudo vê e tudo sabe.

Por isso, não fortifiquemos em nós as sombras que teimam em dar frutos. Pouco a pouco, mesmo que nos sangrem os pés, façamos luz em nossos corações, para que essa luz, resplandecendo, seja capaz de auxiliar-nos e auxiliar aqueles que se valem de nossos exemplos para caminhar.


¹ Xavier, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel – Livro ‘Meditações Diárias’, pg. 91 – ‘Questão de Valor”

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