TU ME AMAS?

“Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama realmente mais do que estes?””¹

Na passagem assinalada pelo evangelista João, Jesus indaga a Pedro por três vezes se ele – Pedro – O amava. E o apóstolo, que viria a ser a pedra angular da Sua igreja, respondeu em todas elas, afirmativamente: _ Sim, Senhor, eu O amo.

Difícil imaginar que qualquer um de nós, na acepção que carregamos da palavra “cristão”, respondesse de forma diversa da de Simão Pedro. Todos amamos a Jesus, nos limites daquilo que sabemos ser o Amor.

Convém ressaltar, no entanto, que Jesus não indagava a Pedro de seu amor por Ele – Jesus; sondava o coração do apóstolo para as batalhas futuras, para as lutas edificantes do Evangelho, para o martírio e a renúncia na semeadura da lavoura, pois em todas as três assertivas dadas, o humilde pescador ouviu do compassivo Messias como lição: _ Então, Pedro, cuide de minhas ovelhas.

E nesta simples frase, Jesus encerra – ao apóstolo de ontem, e aos apóstolos de hoje – o mais sublime ensinamento do amor ao próximo.

Ora, como não se pode amar a Deus sem amarmos ao próximo, Jesus ensina que também a Ele só se pode amar, se por Ele fizermos o nosso melhor em favor dos que nos cercam em humanidade.

De fato, como ousaríamos dizer que somos cristãos – a palavra significa “mini cristos” – se não sabemos nos portar como Jesus na dedicação em favor dos que sabem, ou que podem, menos? Como refletir em nosso espírito a mensagem do Cristo se entoamos cantos, louvores, orações de letra e harmonia terrena, mas esquecemos de estender a mão amiga, a compreensão oportuna, a paciência que evita discórdia… em direção dos que nos ombreiam a jornada?

Igualmente, meus irmãos, como ser concebível que esperamos das alegrias do mundo quando o próprio Cordeiro não as teve? Pois todo o seu mandato messiânico, toda a sua existência terrena, fora dedicada ao ensino do amor em sua vivência diária, seja no lar, seja no trabalho, seja em comunidade, seja com os desafetos, ou mesmo com os afetos do coração. Foram cegos, leprosos, adúlteros, sacerdotes, fariseus, zaqueus, mateus, em vários matizes e cenários. E, em todos eles, Jesus auxiliou, abençoou, e passou, deixando o eterno registro das suas palavras.

Assim, se o Cristo nos defrontasse a consciência neste instante de pavorosas transições para o Espírito humano, onde a Caridade se mostra a única vertente da paz, qual seria a resposta ao Divino Amigo?! Teríamos a túnica leve para responder como Pedro? Ou O negaríamos, nas escusas e justificativas comuns?

Não nos esqueçamos de lembrar, afinal: os tempos são chegados e, a cada qual, será dado segundo as suas obras…
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¹ João 21:15

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