TUDO SABEIS?

A mais elevada condição intelectual, a mais portentosa inteligência de que o homem é portador, carece da sublimidade do conhecimento superior. Mesmo as mais raras sabedorias veem-se impotentes diante de questionamentos dos mais simples. Tal é, por exemplo, as indagações que tratam da vida espiritual…

Podemos conceber a natureza íntima de Deus? Não.

O homem, nestes tempos de evidentes descobrimentos científicos, tem decifrado as menores partículas de matéria, os efeitos e força dos gases, da eletricidade, das ondas magnéticas; mas, como dito, permanece incapaz de resolver determinados problemas de ordem imaterial.

É que – pelo que temos aprendido com esteio na sublime filosofia espiritualista – intelectualidade não representa moralidade, isto é, um ser portador de inteligência adquirida com o exercício da razão não se traduz, de forma automática, em um ser moralmente evoluído, capaz de haurir as lições transcendentais.

Para o desenvolvimento da inteligência intelectual basta a extração ou a dedicação sobre os conhecimentos já exarados nos campos da literatura, mas para a aquisição da moral é imperioso, em primeiro plano, nos colocarmos na posição de pobres de espírito.

Por pobres de espírito, de sua vez, entendemos os humildes¹, os despidos de orgulho e egoísmo, e que resignadamente aceitam os ciclos que a vida (e as vidas) nos proporciona para nossa reforma interior. Nessa condição, ser moralmente evoluído, é ser livre das vicissitudes que assombram a alma imperfeita, para penetrarmos nos desígnios do Criador.

Essas duas forças (inteligência x moral) podem, e um dia andarão, em perfeita sintonia, de modo que as decisões tomadas com escoro na inteligência serão sopesadas com o extremo equilíbrio da moralidade.

Enquanto isso, desçamos de nosso pedestal e reconheçamos que muito pouco, ou quase nada, sabemos. Um tanto mais, ante o progresso inexorável, coloquemo-nos livres de preconceitos para recebermos o ensinamento de que formos merecedores.

Somente assim a verdadeira sabedoria se nos apresentará ao Espírito, e ao coração.

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[1] Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VII.

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