A pouco e pouco a vida vai nos mostrando, pela consciência aclarada e através de nossas experiências, que muito de nossos atos estão em desacerto com a Essência Divina; percebemos – como se diz no vocábulo popular – que estamos na contramão da direção.
O próprio fato de constatarmos esse trilho equivocado já é, com efeito, bom começo, em consideração ao nosso progresso moral íntimo. No entanto, ideal mesmo é se pudéssemos levar uma vida sem arrependimentos, o que equivale a dizer, uma vida sem equívocos.
Considerando nossa imperfeição espiritual, muito erramos, muito temos errado, e muito ainda erraremos, até que atinjamos o degrau mais alto de nossa evolução. Mas, por vivenciarmos as lições amargas dos equívocos transcorridos, já é chegada a hora de não repetirmos aquilo que nos levou à falência, ao arrependimento, e à reparação expiatória.
Nesse caminho, importa que nos equiparemos às crianças em sua pureza declarada por Jesus; que nos inclinemos ao Bem Maior para não continuarmos atrelados à roda interminável e repetitiva do “nascer, sofrer, errar de novo, morrer, renascer, sofrer…”.
Há um tempo para tudo na vida, e o tempo da regeneração faz-se mais oportuno que nunca, já que se revela a clareza dos ensinamentos cristãos como jamais d’antes pudemos compreender. Hoje, aliás, sabemos que, ao revés de um Deus punitivo, cada um de nós carrega o fardo do próprio plantio, e que o peso depende da espécie de semeadura em terra fértil que nos fora cedida para usufruto. Essa a mensagem de Paulo de Tarso, o apóstolo regenerado, ao exortar: a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória.
Ora, se não almejamos frutos podres em nossa colheita diária, como ainda permitimo-nos uma vida de arrependimentos ante os atos falhos? Por que, mesmo portando o Livro da Lei sobre a palma da mão, não somos capazes de vivenciar a doce lição, que dita a felicidade como resultado da ação benevolente? Acaso não almejamos a felicidade sublime? Acaso não esperamos uma vida de glórias, de inefável convivência na paz de consciência íntima, e coletiva?
Nada mais, afinal, resta-nos para que possamos justificar a inércia da ação e, se ainda assim, algo está ausente no foro profundo da alma é, justamente, e infelizmente, a nossa FALTA DE CORAGEM na mudança do caminho…
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