Corriqueira e habitualmente elevamos prece ao Todo Poderoso Criador e, concomitantemente a isto, invocamos em pensamento a figura amorosa do enviado Divino, o Cristo de Deus. A Ele, Jesus, verbalizamos palavras e gesticulamos ações de reconhecimento, de gratidão, de ‘fidelidade’, seja tatuando em nossa pele o nome abençoado, seja carregando no peito a Cruz que fora, outrora, o símbolo do martírio final.
Contudo, ao refletir sobre os atos maquinais que temos exteriorizado há séculos, como se fora em devotamento ao Cordeiro, fico a indagar se, de fato, já chegamos ao estágio de compreensão da mensagem que Ele nos trouxe.
A proposta reflexiva é imperiosa àqueles que se julgam seguidores do Mestre, pois o ensinamento evangélico orienta que o verdadeiro cristão é reconhecido através de suas obras, isto é, pela concretude de suas ações no exercício do bem, na expansão e na prática do amor ao próximo.
Nessa releitura temporal que abarca nossas condutas pessoais, penso, com respeito evidente às exceções que se enquadrem de forma diversa, que estamos longas quadras da compreensão do que o Ungido representa para a salvação da humanidade.
Urge reconhecer que Jesus não está imobilizado no madeiro infamante; que sua mensagem não se limita às passagens teóricas; que suas curas não se constituem em milagres que rompem as leis da Natureza; que sua desencarnação não se deu para o deleite da multidão desvairada. Não…, ainda não compreendemos a lição.
Jesus é Verbo imortal que jamais cessará em nossas consciências; é harpa eterna do Amor regado aos homens que buscam ver a luz da Verdade; é presença constante no coração daqueles que se resignam ante o poder Supremo; é caminho, é vida; é consolo aos que sofrem; é bem-aventurança aos aflitos…
Mestre de virtudes excelsas, continua a amparar-nos de forma incessante, impulsionando-nos à transformação que só depende do ajuste de nosso livre-arbítrio. De braços abertos convidativos à regeneração, o Governador do planeta Terra ecoa sua palavra de encorajamento: ‘Vinde a mim todos vós que estais tristes e sobrecarregados, porque Eu vos aliviarei…’.
Restando, então, de nossa parte, a iniciativa do primeiro passo, compete-nos refletir: quanto tempo ainda demoraremos à compreensão de Jesus?
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