O dia dois de abril traz-nos à lembrança, com mais vivacidade, a figura do querido Francisco Cândido Xavier¹ que, qualificando-se a si próprio, dizia: “Sou tão ínfimo que sou mesmo um cisco; veja, até no nome!”.
Bem sabemos que a modéstia e humildade singulares do médium mineiro, nascido nas terras de Pedro Leopoldo, mas tornado homem público na acolhedora Uberaba, demonstrava a sua grandeza espiritual, consciente que era da lição evangélica: “todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.”²
A lição, por ele, não era somente teorizada; era, tal como Jesus o fizera, vivenciada. Autor de quase quinhentas obras literárias que esclarecem as mentes aturdidas e em desvario, Chico Xavier colocou seu dom mediúnico à serviço do bem e do próximo, consolando corações martirizados, que se lhe apresentaram em mães transtornadas, pais em desalinho, filhos em transviado caminho…
Alimentou aqueles que estavam carentes do esclarecimento, mas estendeu mão caridosa, igualmente, aos famélicos do corpo material. Suas campanhas em prol dos necessitados são exemplo seguido em inúmeras casas assistenciais Brasil à fora, de modo que esse cisco, reverenciado como Chico, fez-se reconhecido como verdadeiro cristão fundamentado nas obras que edificou.
Esse ‘homem amor’ que cativou, esperançou, atraiu e consolou multidões, e que era tido por iletrado, esteve à frente da ciência convencional por décadas, publicando à humanidade, com os Espíritos André Luiz e Emmanuel, dentre outros inúmeros, obras que ainda hoje desafiam os homens de intelecto. Basta, para citar, o livro ‘Evolução em Dois Mundos’, em parceria com o Espírito André Luiz.
Nada, aliás, do que dissemos nessas singelas linhas são novidade aos espiritistas conscientes, nem mesmo aos que professam outras crenças, mas respeitam os espíritos de escol que dão o contributo ao progresso da humanidade.
Contudo, ousamos, ainda assim, rememorar e registrar o Espírito que esteve Chico Xavier em sua última encarnação, a fim de que também nós, mergulhados com tanta vivacidade nas novidades que surgem dia a dia, não ousemos esquecer aqueles que doaram de suas vidas e seus suores, em renúncia incomensurável, o Amor que nós mesmos, ainda, não somos capazes de doar.
Eis porque dizemos: Salve, Francisco! Eternamente, Chico!
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¹ Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, foi um médium, filantropo e um dos mais importantes expoentes do Espiritismo. Nascido em 02.04.1910, faleceu em 30.06.2002;
² Mateus 23:12.