Direto ao ponto: O que temos feito de nosso tempo? Temos dedicado nossas horas preciosas em busca de conhecimento, no melhor aprendizado, no esclarecimento salutar, na elevação de nossos pontos de vista? Ou, contrariamente, entregamos o tempo às frivolidades, aos diálogos imprecisos, às palavras que nada nos acrescentam?
Sem o senso moralizador que não nos compete exercer, forçados somos a refletir sobre o emprego de nossa jornada. Afinal, num dado momento, voltaremos o pensamento ao passado existencial e, num juízo consciencial, questionaremos: Que foi que fiz de meu tempo? Nada construí de útil; nada colaborei para o progresso de mim mesmo, quanto menos da Humanidade…
Que fazer nesse momento crucial, em que a Verdade nos chama à razão? Teremos tempo para o recomeço? Se positivo, em quais condições a lavoura do trabalho nos será entregue? Tantas perguntas, não é mesmo? Respostas, contudo…
No emprego das palavras e da comunicação, na arte da conversação íntima e com o próximo, o Espírito Miramez² traduz uma diretriz de aproveitamento de nosso precioso ‘relógio temporal’. Assevera o cultíssimo irmão que, ao empregarmos utilmente as palavras das quais dispomos, auxiliamo-nos e auxiliamos, também, aos que nos rodeiam, criando ambiente salutar e próspero a energias melhores.
Palavras afetuosas, ditas com discernimento, equilíbrio e moderação na voz, denotam um ser ponderado e sensato. Ao contrário, o grito, o descontrole, a exaltação, a falácia desenfreada, revelam o necessitado do medicamento espiritual.
Em qual coluna nos encontramos? Numa sociedade como a nossa, é possível mensurar o ponto de reflexão? Como fazermos o diagnóstico? A resposta sugestiva é: principiando pelo silêncio – primeiro passo; secundando pela auto avaliação íntima, para posterior medicação, correção e reforma dos excessos. Só assim melhoraremos, em todos os sentidos.
Dizia Sócrates, em expressão retransmitida: “Conheça-te a ti mesmo”. Contudo, bem sabemos que não basta conhecermo-nos; essencial, é modificarmo-nos naqueles pontos em equívoco. E, já pela palavra falada, escrita, ou gestual, podemos melhor empregar o tempo que tanto almejamos.
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[1] Texto inspirado no documentário homônimo “Quanto tempo o tempo tem”, disponível em Netflix;
[2] Maia, João Nunes, pelo Espírito Miramez – Nos Horizontes da Fala.