Há tempos os homens foram capazes de imortalizar as palavras através da escrita, transformando-as em livros condensados para que os seus pósteros, ou seja, aqueles que viessem depois deles mesmos, pudessem ter acesso aos ensinamentos de época.
Esses pósteros, então, ávidos de conhecimento, buscam beber na fonte dos livros os registros feitos por autores científicos, filosóficos, religiosos, etc.
Convém destacar, porém, respeitadas todas as iniciativas de escritores dedicados a compartilhar a sabedoria e o bem, que o homem leitor, aquele que se debruça sobre a obra apresentada, nem sempre aufere o devido juízo de valor. Assim o é.
Livros e mais livros retratam, infelizmente, uma deturpação de ensinamentos originários; fruto da concepção unilateral do escritor que a subverte para atender a interesses individuais e egoísticos.
Sabe-se, a exemplo, que os livros escritos por Moisés foram, por ocasião das várias traduções e transcrições, adulterados em sua grande parte, de forma que ‘Os Dez Mandamentos’ talvez seja o único que restou intacto, sem a intromissão dos homens a constrangê-lo na essência da transmissão da sabedoria.
Ora, o leitor atento, recolhido para a reflexão madura, não pode se deixar levar pela convicção de outrem, ressalvada aquela que estiver em consonância com a Lei Maior. É preciso, para isso, analisar detidamente os ensinamentos contidos nos escritos que são lidos.
Vivemos os tempos áureos da Luz; Luz que brilha para as nossas consciências. Inúmeras obras literárias são postas à disposição de todos os sedentos por esclarecimento. Mas é imperioso verifiquemos o conteúdo, a intenção, a conformidade com os ensinos sublimes.
Nesse período gracioso em que rumamos para a maturidade moral, não nos é lícito – como fazíamos outrora – invocar a ignorância em defesa de nossos erros. A manipulação permissiva de nossos atos e pensamentos é a manifestação do próprio desamor, pois cabe a cada a cada um o exercício da vigilância, da prudência, separando, enfim, o joio do bom grão.