“Então Pedro saiu do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” (Mateus 14:29-30)
Recordando a passagem em que Jesus caminha sobre as águas, é inevitável não lembrar, também, que Pedro, na ocasião, pede ao Mestre que lhe permita fazer o mesmo. No entanto, caminhando em direção a Jesus tal como desejava, amedrontando-se, viu-se Pedro submergindo, afogando, até que o socorro providencial, pelas mãos do Divino Amigo, elevou-o a lugar seguro.
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Desta passagem memorável duas interpretações nos são possibilitadas: (i) uma, acerca da fé – ou da falta de fé que impediu a Pedro caminhar sobre as águas; e, duas, (ii) sobre o pronto socorro realizado por Jesus, impedindo o afogamento do apóstolo que seria, mais tarde, o fundador de sua igreja.
E é justamente no ponto do auxílio que não faltou na hora necessária que queremos nos fixar, pois cada um de nós, em nossos passos vacilantes sobre as águas tormentosas da vida, estamos sujeitos ao quase-afogamento. Mas, tal desastre para nossas vidas só não acontece porque aquelas mãos majestosas, igualmente, têm nos auxiliado no resgate ao plano seguro.
E o que precisa ser por nós ressaltado é que, invariavelmente, mesmo socorridos, não nos atentamos que o pior somente não se deu porque Ele, que se mostra permanentemente como o Pastor do rebanho confiado, está na vigília dos nossos caminhos.
Diante disso, somos inclinados a refletir sobre a mão poderosa que nos ampara e tutela, em confronto com a fragilidade das nossas ações e de nossos medos, culminando na eterna gratidão que devemos hipotecar ao Cristo e ao exército de servidores sublimados que não cessam de laborar por amor ao Senhor, e ao próximo ainda arremetido nas águas insalubres.
O que levou certa feita o amigo espiritual de todos nós, Bittencourt Sampaio, a nos encorajar, dizendo: “…enquanto mastros tombam oscilantes e estalam vigas mestras, aos gritos da equipagem desarvorada, ante a metralha que incendeia a noite moral do mundo, Cristo está no leme!” ¹
Por essa razão, se além de nossos atos equivocados o mundo tem dos seus agitados momentos, nós, que aprendemos com o Cristianismo redivivo a olhar para o Alto, podemos glorificar e confiar, pois temos as mãos salvadoras de Jesus, por socorro providencial.
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¹ Do livro “Instruções Psicofônicas”, capítulo ‘O Cristo está no leme’. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco C. Xavier.