Comumente invocamos a ‘fraqueza da carne’ para justificarmos as nossas quedas e tendências para determinados vícios, tais quais a cólera, a voluptuosidade, a sensualidade, a gula, etc.
Em verdade, sabemos bem que não é a carne que é fraca, mas, sim, o Espírito. Não nos mostremos espantados, pois assim nos diz a razão.
Sabemos que a matéria, o corpo, sem o Espírito, se mostra inerte, sem vontade própria, d’onde concluímos, serenamente, que toda ação corporal provém da intenção do Espírito, que comanda o vaso físico através de suas aspirações. Assim, o ser pensante, o comandante, é o ente espiritual, ceifando toda e qualquer pretensão de inculcar responsabilidade à ‘carne’.
Desse modo compreendido, nossa responsabilidade aumenta, pois quanto mais esclarecido o Espírito, quanto mais evoluído moralmente, maior controle possui sobre o corpo de que dispõe.
Sob esse prisma, é mister que o Espírito busque o discernimento, a fim de que o corpo não sofra as consequências de sua irresponsabilidade.
Ler bons livros, sintonizar com programas de elevação moral, frequentar círculos sociais que não atraiam energias negativas, dentre outras condutas, auxiliam o Espírito sempre progressista na sua marcha ao esclarecimento e ao autodomínio.
Dissemos que o Espírito é o ser pensante. O pensamento, por sua vez, é força criadora, capaz de nos sintonizar com aquilo que almejamos. Já nos fora dito, aliás: ‘me diga o que pensas que te direis o que atrais para junto de ti’.
Nesse sentido, embora tenhamos o livre arbítrio para escolhermos o caminhar – concessão misericordiosa da Providência – não nos esqueçamos que, de tudo, num dado momento, seremos chamados a prestar contas, tal qual a lição contida na Parábola dos Talentos.¹
Em resumo, somos livres para semear, mas coagidos a colher o que semeamos. Imprescindível, por tudo isso, educar nosso Espírito para o ‘saber pensar’ e o ‘reto agir’.
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[1] Mateus 25: 14 a 30.