“Nós devemos amar uns aos outros, ou morremos!” – Gabriel Knox
Desde o berço até o túmulo somos impregnados de lições que conduzem a nossa caminhada existencial e, muitas delas merecem reflexão demorada de nossa parte, a fim de extrairmos o profundo sentido, capaz de mudar nossos pontos de vista, mediocremente arraigados.
Dias céleres, obrigações demasiadas, tarefas incessantes – quase sempre desinteressantes, monótonas, rotineiras, e desditosas – ditam nossa conduta apressada, sem que façamos a pausa necessária para avaliarmos o quanto a presente existência pode estar sendo mal conduzida, mal aproveitada e, pior, mal sentida.
Sim! Partindo do pressuposto de que esta Casa-Lar é, de fato, uma escola em que temporariamente estagiamos, cursando nos bancos para a transformação moral e, consequentemente, para a evolução espiritual, damo-nos conta, surpresos, que ainda beiramos os sentidos primitivos, de sorte que mal conhecemos a lição sublime do Amor.
Afinal, o que estamos fazendo dos nossos sentimentos?
Não é raro presenciarmos e constatarmos, num átimo de consciência, que temos medo de amar, e medo de sermos amados. Parece-nos estranho que alguém nos toque, ou nos abrace, com a demonstração sincera do afeto. Não estamos preparados para o tato sutil e a irmanação espiritual e, tais como homens-parede, repelimos premeditadamente tudo quanto possa sensibilizar as gélidas artérias de nossos corações.
Esquecemos, no entanto, que já fomos crianças débeis, incapazes de qualquer verbalização e, não fosse o afeto, o amor abnegado e a dedicação sacrificial de outrem, não estaríamos, neste momento, sorvendo estas simplórias linhas.
Olvidamos, igualmente, que no curso natural da degeneração biológica, em breve tempo voltaremos a depender dos recursos e proteção alheias… do braço, do abraço e do desvelo dos mais próximos, que haverão de, novamente, dar-nos o alimento, o sustento, e o alento – e as palavras, novamente, faltarão, na decrepitude fatal do corpo que ora animamos.
Eis porque, no hiato vigoroso que dá vazão à maturidade e racionalidade ao ser humano – a fase adulta – não se pode repelir a condição primorosa do aprendizado e da vivência do apostolado terreno. Afinal, cá estamos não para baldearmos a prata e o incenso ilusório, que geram risos tristonhos, e prazeres doridos, mas, acima de tudo, para darmos lustro e, fulgor, amor, doçura, afabilidade… ao espírito imortal, portanto eterno.
Esta sim, a última grande lição.
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¹ Texto inspirado no filme homônimo ‘A Última Grande Lição’, disponível em Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=8j6k_I7nlKw