Convivendo, dia a dia e desde tempos remotos com a supremacia do ‘mal’ em antagonismo com o ‘bem’, muito evidenciada nos crimes de toda ordem que chocam a humanidade inteira, faz-se oportuno questionar: Deus criou o mal?
Antes mesmo de refletirmos sobre o tema proposto, imperioso rememorarmos que esse mesmo Deus, por raciocinada conclusão, foi quem criou tudo que concebemos, inclusive nossa alma que estagia na seara terrestre ao lado de inúmeros habitantes dos reinos mineral, vegetal e animal.
Assim entendido e postos à reflexão com os pesos e medidas, invocamos dois gênios a nos sustentar a síntese: Allan Kardec e Albert Einstein.
Einstein, por ocasião de participação pedagógica em sala de aula, teria ouvido de seu professor: ‘…Se Deus criou tudo que existe, então Deus criou o mal, já que o mal existe! E se concordarmos que as nossas obras são o reflexo de nós próprios, então Deus é mal!’.
Ao que o jovem aluno teria contraposto: ‘…Assim como o frio não existe, por ser mera ausência de calor; …assim como a escuridão não existe, por ser, em realidade, ausência de luz; …também o mal não existe, ou pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, de forma que, em conformidade com as outras proposições, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. O mal é o resultado da ausência de Deus no coração dos seres humanos.’¹
Já o codificador Allan Kardec, notável por excelência, vaso escolhido para sistematizar a doutrina que consola pelo esclarecimento, afirma com ênfase, além de apontar a verdadeira causa: ‘Deus não criou o mal; foi o homem que o produziu pelo abuso que fez dos dons de Deus, em virtude de seu livre-arbítrio.’ ²
Evidenciamos, assim, que a Verdade jorra sobre a humanidade por todos os meios que a buscam, mas o homem, pautado ainda pela vicissitude moral, é o causador de toda dor que colhe – ele mesmo – ao se equivocar na condução de seus pensamentos e suas ações.
O alvo a eliminar, então, já sabemos: orgulho e egoísmo; chagas que desaparecerão com a regeneração anunciada, para a felicidade plena.
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[1] https://www.youtube.com/watch?v=EndPcIFJoDQ
² Kardec, Allan – Obras Póstumas, pg. 159.