Ensinam-nos os Amigos espirituais que o egoísmo é chaga que deve ser extirpada da humanidade. Com ele o ser humano tem experimentado inglórias condições neste mundo, fazendo, para si, uma vida ilusória e de fantasias passageiras.
Abdicar desse câncer que se espalha no espírito humano, embora as lições de Amor e fraternidade que não cessam de cair de mais Alto, como gostas orvalhadas e luzentes, é medida urgente.
Contudo, ao tratarmos dessa abdicação ao egoísmo, precisamos ir mais fundo no pensamento e na reflexão, para não estacionarmos na superfície, quando o medicamento necessita adentrar a epiderme.
Assim, vamos encontrar o egoísmo quando, quais crianças ignorantes da Verdade, queremos tudo a nosso modo e, especialmente, a contento dos nossos desejos.
Vemo-lo, também, quando deixamos, já na fase mais avançada da vida, de abrir nossos corações às oportunidades do saber e do praticar, para nos quedarmos nas atividades alucinatórias de um mundo frenético.
O que dizer, então, do egoísmo n’outro prisma, quando cientes dos equívocos do passado, já despertos para novas realidades da vida espiritual, estacionamos na melancólica autopiedade que nada reconstrói?
A vida, meus irmãos, é bênção divina que nos convida aos cimos da plenitude. Jesus, por sua vez, é O Enviado para nos retirar do lamaçal que nós mesmos criamos por nossa incúria milenar.
Mas, se há o consolo de termos o Messias como mensageiro do Pai, não nos é lícito esquecer que é imperioso renunciar a nós mesmos; é dever de cada um morrer ao plano da ilusão para que, de olhos abertos à realidade Maior, caminhemos seguros acerca da conquista interior.
E, somente conseguiremos isto, alquebrando, por inteiro, o egoísmo nefando, para fazer resplandecer, enfim, o Bem eterno em nossas consciências.