“Poderoso é o Sol da Verdade.” Eurípedes Barsanulfo
Recordo-me que certa feita, ao folhear as belas páginas da biografia do Apóstolo da Caridade escrita pela Professora Corina Novelino, intitulada ‘Eurípedes – O Homem e a Missão’, vi constar no prefácio: “Escrever sobre a vida de Eurípedes seria quase o mesmo que fazer a biografia de Jesus.”¹
Essas palavras não são de autoria da querida professora Corina; são do médium que igualmente se fez o instrumento do Amor na Terra: Francisco Cândido Xavier.
E a autoria das palavras e do registro só nos induzem ao entendimento comum: Eurípedes é, tal qual o Cristo, nas proporções de relatividade que precisam ser mensuradas pela razão, um luminoso Sol da Verdade a renovar-nos para o Bem nas lições preciosas do Evangelho.
Nascido que fora nos idos de 1880, a 1º de maio de nossa História, nas terras de Sacramento, Estado das Minas Gerais, Eurípedes desde cedo apresentou candura e compaixão como características inatas ao seu Espírito.
Gostava de cuidar dos doentes; compadecia das suas dores e tormentos; ficava à cabeceira de suas camas, fazendo-lhes companhia, como se a sua presença pudesse ser – sem o saber – o bálsamo a aliviar aqueles moribundos.
Ansiava por compartilhar conhecimento. Como aprendiz, fez-se monitor dos que sabiam menos. Como professor, lecionou a instrução, não se limitando, porém, ao intelecto, mas infundindo na alma de cada criatura que lhe era confiada, a Sabedoria inerente à própria elevação e transformação. Educação, viria dizer um de seus alunos destacados, anos mais tarde: “O problema dos problemas, a solução das soluções.” (Thomáz Novelino)
Mas foi no exercício do sentido mediúnico que o Discípulo do Cristo revelou os adjetivos maiores de seu Espírito. Amparado por São Vicente de Paulo – seu guia e protetor – e Bezerra de Menezes, curou a milhares que padeciam dos tormentos físicos; aliviou dramas da obsessão; confortou corações; instruiu irmãos que ignoravam o Amor e, por isso, odiavam, maldiziam, maltratavam…
E, como todo aquele que carrega a Cruz com o Cristo não o faz sem o espinho que lhe persegue à espreita, também sofreu. Foi ameaçado à morte, processado injustamente, caluniado às tantas… mas venceu, porque o Bem – somente Ele – é a única fonte que provém de Deus.
Ao despedir-se do orbe terrestre com apenas 38 anos, padecendo da contagiosa gripe espanhola, cumpriu sua última lição em obediência à Superioridade do Criador. Indagado pelos benfeitores espirituais que o confortavam, acerca de seu retorno à pátria da Liberdade, ou prorrogação de seu mandato no mundo da amargura, respondeu humildemente o Amigo de Jesus: “Seja feita a vontade de meu Pai…”
Com essas palavras, alçando voo à Imortalidade, despediu-se Eurípedes do mundo terreno a 1º de novembro de 1918, deixando para trás o rastro de Luz do Amor vivenciado na Terra…
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¹ NOVELINO, Corina, livro ‘Eurípedes, O Homem e a Missão’.