Mister reconhecer que a lei de progresso é inexorável. Tudo evolui, para o bem de todos os seres, filhos da Criação. E, ainda que nossas atribulações habituais e nossas rotinas esgotantes não nos permitam dispensar a atenção necessária, é forçoso inferir que uma lei imutável age incessantemente sobre tudo e sobre todos.
Dentre os matizes possíveis, entretanto, o progresso moral é a sublime condição para que o espírito se ligue a Deus e vibre a indizível felicidade.
Convém observar, por seu turno, que a progressão moral exige respeito à ‘maturação’ do espírito, pois, uma vez criado ‘simples’ e ‘ignorante’, não se faz concebível essa plenitude moral de início. Quis Deus, assim, que as diversas experiências reencarnatórias fossem o caminho para a ascensão desse princípio inteligente do Universo. ¹
Como a criança que nasce ignorante quanto às leis do mundo, mas que adquire, pouco a pouco, a experiência necessária ao enfrentamento da vida, também o espírito necessita, degrau a degrau, existência a existência, da compreensão que o levará à distinção inata dos estados opostos do bem e do mal, da repulsa aos vícios à aquisição das virtudes.
A mola propulsora dessa progressão é chamada livre-arbítrio. Todos nós, assim, gozamos da confiança outorgada para divisarmos as nossas condutas, pois que não estamos destinados obrigatoriamente às fieiras do mal para atingir o bem, mas às fieiras da ignorância, e que bem serão supridas com as virtudes trazidas pelo conhecimento. ²
Roguemos ao Criador, então, que o progresso moral seja uma constante em nossas sucessivas vidas e que o conhecimento, enfim, nos permita ir ao encontro da Verdade.
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[1] O Livro dos Espíritos – Questões 23 e 115.
² Idem – Questão 120.