Não raro, em meio ao cenário que criamos e vivenciamos em nossa existência terrena, encontramo-nos a lamentar as infelicidades e as dores, olvidando que a Terra, em verdade, é mundo de belezas incomensuráveis, escola de sublime redenção, Casa governada pelo próprio Cristo, a nos acolher num Universo de imensidão.
Vejamos a Natureza em sua cartilha de lições: os pássaros cantam a gratidão ao Criador; as flores estão a florir os caminhos do peregrino; ás águas a dessedentar a sede do viajor; o Sol a banhar-nos com sua luz; e as estrelas a iluminar a noite espessa de trevas em derredor.
Tão somente estas considerações serviriam para desviar nosso olhar dos pontos negativos e pessimistas que invariavelmente imprimimos em nosso “eu interior”, e nos esperançarmos com tudo que nos é ofertado pela Solicitude Divina.
Mas, em meio ao turbilhão que ora nos assola, fechamos nossos olhos e sentidos para o que é Belo e que nos impulsiona a caminhar. Trancamo-nos na desdita de uma prova passageira, ou na expiação que renova o homem para o amanhã.
Talvez por isso o sensível poeta Casimiro de Abreu, Espírito, escreveu à humanidade o poema “A Terra”¹, convidando-nos a uma visão que alarga horizontes e que brinda o ser humano com as belezas da amplidão. São seus os versos:
“Se há noite escura na Terra,
Onde rugem tempestades,
Se há tristezas, se há saudades,
Amargura e dissabor,
Também há dias dourados
De sol e melodias,
Esperanças e alegrias,
Canções de eterno fulgor!”
O poeta, enviado do Alto para nos socorrer no pessimismo resistente, assim como os Espíritos outros que nos consolam, não cessam de registrar o verbo impositivo, nas linhas perenes: Avançar! Caminhar! Esperançar!
Colhamos deles, então, as lições que nos trazem. Se voltam do além-túmulo para nos dizer que há o lado bom da vida, que será de nós se lhes fecharmos os ouvidos e nos prendermos ao ponto obscuro e passageiro da senda?
Só Deus o saberá…
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¹ XAVIER, Chico, pelo Espírito Casimiro de Abreu in Parnaso de Além-túmulo; poema intitulado A Terra.