Nas convivências diárias com os irmãos de caminhada, nós, que supomos estar o mínimo despertos para as ações evangélicas, ficamos demasiadamente preocupados com a iminência da queda por parte daqueles que nos são caros; com a forma com que beiram o precipício e não se dão conta do fatídico momento em que adentram o abismo do erro.
Buscamos, assim, como o pai faz com o filho, adverti-los sensatamente, sem imposição, mas esclarecendo que as dores são fatais com a queda ao abismo, muito embora não inexista possibilidade para o soerguimento.
É que a retomada não vem desacompanhada dos martírios…; bem o sabemos, todos nós.
Contudo, malgrado as instruções que partem carinhosamente dos nossos corações, concretiza-se o salto para a treva indefinida, e o espírito ensurdecido inicia o gozo daquilo que lhe apraz. Momentos em sequência, o véu da ilusão se levanta, e a triste realidade começa a ser-lhe apresentada.
Choros, gemidos, súplicas, manifestações de arrependimento, gritos de ofensa ao Altíssimo são disparados insensatamente, e a tormenta parece não ter fim…
A visão do sofrimento esgalha a alma do espírito equivocado, mas convulsiona, igualmente, a daqueles que não desejariam ter visto a queda do irmão.
Por isso, de posse da Verdade imortal, Jesus nos convidava ao auxílio mútuo, ao amor fraterno, pois bem sabia que não há felicidade real para o espírito que vê o martírio daquele outro a quem tanto ama, a quem tanto lhe é caro.
Diante da queda presenciada por nosso irmão, não nos entreguemos conjuntamente ao desânimo e à sofreguidão. Revés disso, tal qual o Meigo Nazareno, estejamos sempre prontos para o impulso da ascensão. Afinal, n’outro momento seremos nós, quem sabe, a rogarmos a concessão do amor fraternal.
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