Nas convivências diárias presenciamos irmãos que passam por provas e situações problemáticas que, já numa primeira impressão, nos impelem à conclusão da repulsa. Afinal – pensamos -, o problema é do outro, não nos pertence; logo, não nos imiscuiremos no assunto.
Forçoso convir, entretanto, que esse pensamento é resquício do egoísmo ainda vivo em nós, pois estamos limitados à visão do ‘EU’, olvidando que em se tratando de convivência, devemos pensar em ‘NÓS’.
Reportamos, no momento, à lição romanceada por Daniel Defoe no livro intitulado ‘Robinson Crusoe’¹, cuja obra fictícia retrata o trauma de um náufrago que passa 28 anos de sua vida em uma remota ilha tropical, amargando as experiências do isolamento, até os primeiros contatos com canibais, cativos e revoltosos que precedem o seu resgate.
A experiência narrada, embora fictícia, permite a extração de que o homem nasceu para viver em comunidade, pois dessas relações interpessoais, superando amarguras, sofrimentos, e acalentando a quem tem menos, é que brotam as oportunidades do progresso conjunto.
Necessário refletir – como ensina o benfeitor espiritual Emmanuel – ‘…que o desequilíbrio de um só é fator de perturbação que atinge a família inteira’², pois somos todos uma família única.
Esse olhar universalista, trazido por quem já está nas Alturas da evolução espiritual, deve servir de previdência a nós outros, ainda retidos nesta grande escola de sabedoria chamada Terra.
Problema do outro é problema nosso. Dor do outro é oportunidade de exercício concreto da compaixão, para que, em momento vindouro, estejamos todos colhendo os frutos da paz celestial.
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[1] Robinson Crusoe, Defoe, Daniel, 1719;
[2] Justiça Divina, Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, Cap. 32, pág.82, 14ª edição, 2014.