Quando pautamos nossas ações sob o ângulo dos regramentos sociais sabemos que seremos reprovados e punidos se transgredirmos, por exemplo, as leis penais que preveem restrições de direitos, ou de liberdade, como se dá para os casos de homicídio, furto, roubo, estelionato, etc.; e isto é de trivial conhecimento.
Mas, casos existem em que nossos atos, embora não regulamentados nas – ou pelas – leis humanas, levam-nos a uma sensação de reprovação íntima, como se um julgador severo estivesse a nos censurar a conduta.
Indaga-se, então: Como, se esses mesmos atos não estão a ferir nenhum regramento construído pelo homem? Como, e por quê, sentimo-nos culpados quando mantemos, a exemplo, diálogo ríspido, duro, com entes queridos se, contrario sensu, não há infração a nenhuma lei pátria?
Tal sensação de reprovação íntima se dá por um fator divino muito óbvio, mas pouco refletido, chamado CONSCIÊNCIA.
Através da inscrição consciencial, onde o Todo Poderoso fez gravar sua lei natural – e, portanto, muito além da lei humana – somos equitativa e severamente julgados por nós mesmos. Por isso que, deparando-nos com atos equivocados, valemo-nos do jargão popular: ‘estou com a consciência pesada’!
Nessa condição, bem sabemos, nem mesmo o travesseiro é remédio consolador. Transfigura-se ele, aliás, em pedra bruta que nos traz insônia perseguidora, pois afora o julgamento humano, nós mesmos, em avaliação intimamente justa, já proferimos a sentença condenatória.
A absolvição almejada, por seu turno, está reservada mais ou menos prontamente àquele ser que reconhece a necessidade de cumprir a gradação do arrependimento sincero, da expiação pelo dano causado, e sua reparação ao vitimado.
Eis porque se faz necessário, a todo custo, conscientizarmo-nos de que nossos erros prescindem de avaliação mundana, já que nós mesmos, às vezes verdugos, às vezes juízes, somos convidados, cedo ou tarde, à justa correção.
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